"Sonho,aviso ou premonição?"" Uma história Real"
Sonho,aviso ou premonição?
Até hoje,ainda não sei
Tudo quanto aconteceu
Iqualzinho o que eu sonhei
Vou contar toda a história
De tudo que eu passei.
Meu esposo trabalhava
Em um velho caminhão
Puxando madeiras em toras
Em um projeto de exploração
Assim ele nos sustentava
Deus lhe dera essa missão.
No final do mês de maio 1999
Ele continuava a trabalhar
Como sempre de costume
Parava para almoçar
Embaixo de uma castanheira
Resolveu o velho carro estacionar.
Desceu do carro,e caminhou
Para fazer sua refeição
Com uns dois metros que ele andou
Sentiu tremer o chão
Naquele instante a castanheira
Caiu encima do caminhão.
Em uma questão de segundos
Do carro,ele tinha saído
Se demora um só minuto
Ele teria morrido
Porque o carro entrou na terra
Totalmente destroído.
Quase um metro sobre o chão
O carro foi enterrado
Só com os pneus traseiros para fora
O restante todo achatado
A cabine virou sucata
O motor esmigalhado.
Era o fim de seus sonhos!
O caminhão não mais teria
Só restavam sucatas
E uma velha carroçeria
Mas Deus poupou sua vida
Na tarde daquele dia.
Voltou para casa aflito,
Falei para ele se conformar
Importante era ele está vivo!
E pior não iria ficar
Enquanto Deus fosse por nós
Nada iria nos faltar.
Deus lhe mandara o aviso
Que era hora de parar
Mas ele não entendeu
Resolveu continuar
Se endividou com outro carro,
E começou atrabalhar.
Domingo sete de agosto
Comemoramos o dia dos pais
Ele amável com os trêis filhos
Agente brincou de mais
Mas estávamos preocupados
Com as notícias dos jornais.
Os jornais anuciavam
Que o mundo iria se acabar
Na quarta-feira dia onze de agosto!
Era p´ra todos se preparar
Mas segunda dia oito
Ele tinha que viajar.
Dia oito antes dele sair
Eu comecei a brincar
Como que vamos fazer,
Se o mundo se acabar?
Tu morre lá,e eu aqui
Como vamos nos encontrar?
Ele respondeu sorrindo
Se for verdade,e o mundo acabar,
A gente dar um jeitinho
Em algum lugar se encontrar
Mas logo falou que tudo,era mentira
Que eu não fosse me preocupar.
Abraçou e beijou sua família
Antes dele viajar
Levou com ele dois amigos
Queriam conhecer o lugar
Sairam na segunda-feira
Mas na sexta iriam voltar.
Quarta-feira amanheceu
Um belo dia ensolarado
Até naquele momento
O mundo não tinha acabado
Acordei muito feliz
Ainda iria ver meu amado.
Quinta a noite tive um sonho
Que me deixou assustada
Um sonho meio real
Que parecia que estava,acordada
Premonição ou um aviso?
Fiquei muito agoniada.
Sonhei descendo uma laderia
Mas tinha outra pra subir
Quando cheguei entre as duas
Duas toras de madeira eu vi
Vinham para mim esmagar
Não tinha pra onde eu fugir.
Abismo para todos os lados
Como iria me salvar!
De repente as duas toras se chocaram
Eu flutuei no ar
Nesse instante me acordei
E comecei a orar.
Aquele sonho horrivél
Ficou martelando a minha mente
Dava impressão que eu via
Aquelas toras em minha frente
Mas afinal foi um sonho,
Que sonhamos normalmente.
Amanheceu sexta-feira,treze de agosto
Seus amigos haviam voltado
Que vieram na frente dele
Por que um ficou adoentado
Passaram na nossa casa
E dele deram um recado.
Que ele chegaria a noite
Que guardasse seu jantar
Preparei com muito carinho,
Me arrumei pra lhe esperar
Mas a demora foi tanta
Que resolvi ir me deitar.
Fiz minhas orações
Sempre pedindo a Deus pra os ajudar
Tão logo adormeci
Acordei por escutar
Alguém batendo na porta
Tentando me acordar.
Até pensei que fosse ele!
Levantei fui olhar
Quando abri a porta que vejo
Minha cunhada a falar
O teu marido morreu!
Nós vinhemos te buscar.
Ao chegar no hospital
Estava fora dos meus sentido
Me deram a triste notícia
Que ele havia morrido
Que calara sua voz
Pra junto de Deus,havia partido.
Naquele momento que a vi
Seu corpo na pedra fria,estirado
Sentir que naquela instante
Meu mundo tinha acabado
Que o amor da minha vida
O pai do céus tinha levado.
Foram os dias mais tristes
Que tive na minha vida
Muitos amigos e vizinhos
Toda minha família reunida
Mas me sentia sozinha
Sem ele estava perdida.
Ele partira para sempre
Mas suas sementes ele semeou
Trêis pedaços de sua vida
Comigo ele os deixou
Nossos filhos tão queridos
Que ele tanto os amou.
Vou fazer um resumo da história!
Ele pegou uma carona pra vir embora
Em um caminhão madeireiro
Com uma carrada de tora
O carro virou na estrada
E ele morreu na hora.
No kilômetro oitenta e trêis
Trajeto Santarém -Jabuti
Às nove horas da noite
Tudo aconteceu ali
Numa sexta-feira treze de agosto
Que meu amor eu perdi.
Que Deus escreve o destino
Jamais eu vou duvidar
Só acontece conosco
O que Deus determinar
Seja qual for o destino
Teremos que aceitar.
Sonho ou premonição?
Aviso,isso eu não sei
O acidente parecido
Com o sonho que sonhei
Por baixo de duas toras
Morre o homen que eu amei.
Também aquela brincaderia
Antes dele viajar!
Como nós vamos fazer,
Se o mundo se acabar?
Tu morre lá eu aqui
Como vamos nos encontrar?
Hoje sóresta saudades
Lembranças de um passado
Peço em minhas orações,
Pra ele ser perdoado
Que para junto de Deus
Jesus o tenha levado.
Partiu sem dizer adeus
Mas junto de Deus estará
Tinha trinta e sete anos
Seu nome legítimo,era Ilmar,
Mas conhecido por Branco
Como nós gostávamos de lhe chamar.
Tudo quanto eu escrevi
Aconteceu foi real!
Um pouquinho de uma história
De um homem especial
É um conto verdadeiro
Que chegara no verso final.
Dalvanir Machado: