Metamorfose
E ele ia partindo, olhando para trás com olhos ainda marejados, cheios de preocupação e um receio profundo no coração.
Procurou para essa viagem carregar consigo pouca coisa. Na bolsa ia uma fotografia do passado e uma pintura do futuro e isso considerou necessário para partir. Partiu.
Tamanho era o assombro pelo porvir que mal percebia que o ponto de chegada já estava mais próximo que o ponto de partida. O invisível consumia suas vistas e a incerteza, sua certeza.
Era difícil caminhar nestas circunstâncias. Mas quem jamais o dissera que escolher entre preto e branco ou escolher a direita e abdicar da esquerda seria fácil? Nem sempre podemos ter o brilho da lua e do sol ao mesmo tempo. Porque todo dia é dia de decisão para aquele que escolhe viver.
Embora houvessem dúvidas, era tempo do menino deixar de ser menino. Era preciso ser homem. Tempo de romper a crisálida, de bater as asas e de conhecer novas flores.