É MELHOR PREVENIR DO QUE REMEDIAR
É MELHOR PREVENIR DO QUE REMEDIAR
Darlene era uma mulatinha daquelas de parar o trânsito. A boquinha bem feita e os dentes bem branquinhos fizeram com que ela fosse conhecida entre a sua vasta legião de amigos e interessados, como a garota sorriso do Irajá. Recém saída da adolescência, e tão bem desenhadinha de corpo, quando ela começava a mostrar os dotes, nos pagodes, com os provocantes meneios do corpo, era um Deus-nos-acuda. “Um pedaço de mau caminho” como dizia o seu Manoel da padaria, que sempre lhe dava ora um docinho ora um pão doce ou um sonho, com a intenção de agradar à cobiçada rapariga, que, sabedora do poder do seu corpo, sensual por natureza, dissimuladamente, o mostrava; usando roupas provocantes, com a intenção descarada de atiçar a libido da rapaziada. Era a virgem mais cobiçada por diversos seguimentos.
Quando o Gilmar foi morar na mesma rua que ela, a Darlene, interessada, logo resolveu se apresentar, a fim de não dar tempo para se engraçar por outra. Confiante, e fazendo o jogo da sedução, no qual ela era expert, realizou, com facilidade, a conquista. Ele, por conta da fama dela, passou a ser considerado um craque, porque ela era, sem dúvida, um troféu.
O Gilmar, pressentindo que se não inaugurasse logo o playground da Darlene, não demoraria iriam existir muito barbados brincando por ali. Tanto fez, que ela cedeu, sem relutar, na volta de um churrasco em Jacarepaguá. Incentivada pela sua conversa cheia de segundas intenções, quando passaram em frente a um motel, ela falou que tinha curiosidade de saber como era por dentro. Ele, prontamente, realizou o seu desejo. Ela ficou deslumbrada com o luxo e as mordomias: ducha, cama redonda, filme erótico, piscina, hidromassagem... E, curiosa, esbaldou-se, feliz como pinto no lixo ou criança com seu novo brinquedinho.
Diferente do que o Gilmar pensava, na hora do rala e rola, ela parecia que tinha nascido para a coisa, tal a desenvoltura do desempenho da Darlene. Na sua primeira vez trabalhou como uma profissional. Uma frutinha matreira e muito arteira, cujo corpo, da cor e sabor do pecado, como num feitiço, parecia ter se transformado numa sinuosa serpente. Ela quis fazer em todos os lugares, deixando o rapaz desconfiado se foi ele, realmente, o primeiro a inaugurar o playground da safadinha e a fincar a sua bandeira.
Ela nem sabe o porquê. Mas ele tirou o time de campo. Dor de corno deve ser terrível... é melhor não arriscar. Foi argumento, não revelado.