POR TRÁS DAS PAREDES E FORA DELAS
POR TRAS DAS PAREDES E FORA DELAS
De uns dias para cá tenho acordado suada e inquieta ,sempre com o mesmo pesadelo,dos muitos que tenho tido aos longos dos últimos sete anos. E sempre o mesmo homem que me bolinara quando tinha nove anos de idade. Era o amante de minha mãe que partilhava do mesmo teto quando assim determinava o casal.
Lembro-me muito bem daquele fatídico dia quando Eduzão estava em cima de uma cama devido um acidente que tivera dois dias anteriores,ele quebrara uma das pernas. Minha mãe estava no trabalho, só a empregada ficara tomando conta de mim e de minha Irmã ,Eduzão pedira-me um copo com água e eu na minha ingenuidade trouxera para ele certa de que Eduzão estava sedento do liquido precioso. Assim que teve oportunidade,puxou-me para si ,e segurando-me pelo pescoço e em seguida beijando-me. Deu-me uma mordida nos lábios,em seguida tirou o pênis todo arregaçado para me mostrar e pegar.Bastante assustada conseguir desvencilhar-me saindo em disparada rumo a cozinha onde se encontrava a empregada
Essas imagens nunca saíram da minha mente,é difícil de conviver com tudo isso,e o mais revoltante Fo atitude de minha mãe ou melhor, a falta de atitude dela quando soube do acontecido,não deu o mínimo crédito ,dando vazão aos seus desejos de fêmea transloucada diante do seu macho.
Sentia-me abandonada,desprotegida. Meu pai que deveria estar ao meu lado não convivia mais com minha mãe ,ela o abandonara devido as suas inconstâncias emocionais. Meu pai mesmo quando convivia com minha mãe nunca teve o menor afeto para comigo. Quando eu brincava de boneca e por qualquer que fosse o motivo que o incomodasse em seu sono ele saia do seu quarto estrepitosamente pegando-me pelos cabelos ,empurrando-me junto a parede e batendo minha cabeça contra a mesma. Não se conformando com sua estupidez ,quebrava minha bonecas e que estava ao meu redor. Ele ainda ameaçava-me caso eu contasse a minha mãe.
As lembranças de minha mãe e de Eduzão veem a tona em minha mente. Ficávamos no quarto do casal e eu no outro ,meu e deminha irmã .Aninha como sempre dormia o sono dos justos.Ouvia afagos trocados entre eles,nossos quartos eram encostados . Eduzão desestruturara meu psicológico . Dava vontade de vomitar só de pensar que aquele homem me despertara prematuramente meu libido . Eu ouvia os sussurros ,as trocas de caricias ,contudo, ao mesmo tempo minha cabeça virara de cabeça para baixo,dera um nó,começava a pensar em Eduzão ,queria que ele estivesse ao meu lado fazendo amor ou melhor dizendo,transando de uma forma animalesca,mordendo meus lábios e eu os dele. Queria que ele me penetrasse todinha dentro de mim. Fico toda úmida só em pensar naquele tempo de adolescência quando Eduzão ainda frequentava minha casa. Quando ele chegava para dormi com minha mãe eu ficava tremula e sussurrava seu nome na cama.
Minha mãe tinha verdadeira loucura por Eduzão. Teve um determinado momento em sua vida,convencida por ele a se mudar para o Rio de Janeiro,não pensou duas vezes em dizer sim,não importava deixar parentes,amigos,só o emprego que ela trabalhava podia transferir,pois era da esfera federal. Essa viagem só não foi concretizada porque um dos filhos de Eduzão foi contra a união dos dois,pois não se conformara com a separação de Eduzão de sua mãe .Minha mãe soube por acaso que caso ela insistisse no seu intento ,um dos filhos do seu amante estupraria uma de suas filhas,diante da ameaça ela recuou da mudança para o Rio de Janeiro.
Sempre fui preterida por minha mãe ,Aninha sempre foi a predileta. Em toda oportunidade que podia como uma forma de me humilhar, dizia aos amigos e conhecidos que eu fora achada na lata do lixo. Tenho uma teoria para tanta rejeição de minha mãe para comigo. No meu entendimento tudo isso deveu-se ao período bastante conturbado em que se deu a gestação de minha concepção . Nessa época meu pai e minha mãe tinha sérios embates com minha mãe .
Hoje sei pelo muito que passei,ainda sinto reflexos profundos de um passado bastante conturbado .Falto-me na hora precisa ajuda da minha mãe ,do meu pai,de um apoio psicológico providencial,mas nada disso Foi levado a sério. As vezes diante dos atos trágicos temos que relevar determinadas coisas,por entendermos também a limitação do outro.Minha mãe sempre foi uma batalhadora,nunca teve apoio do meu pai que se acovardou diante da batalha do trabalho,não querendo nada com nada. Tinha duas lojas no recôncavo baiano,comercializava com tecidos nos interiores. Com tempo, foi se afastando dos negócios e se encantando com mulheres,gastando o que ganhava. Deixando as lojas nas mãos dos empregados. E os empregados tirando aos poucos,chegando uma época que falira.
Minha mãe nunca foi de dar afeto,nem a minha e nem minha irmã .Para ela tendo bens materiais era o suficiente.
Olho daqui as fotos do meu casamento em cima do armário tiradas no fórum. Um casamento simples ,geralmente são os casamentos feitos em recintos como esse.Fora um noivado conturbado. Um mês antes,minha mãe descobrira que eu estava grávida do meu marido,isso tornou o clima pesado. Foram ofensas gratuitas a todo instantes,sem o mínimo respeito pela pessoa humana. As vezes é difícil de acreditar que uma pessoa possa suportar tanta violência psicológica e não surtar. Era um dia como hoje,todo ensolarado,daqueles que só pensamos o quanto a luz solar vai nos proporcionar sua energia positiva e que todos indivíduos serão contaminados por esse presente da natureza,de Deus,de tudo que é de bom que se possa desejar um ser humano.
Ela olhou-me,analisava-me com aquele olhar de raio x , de que detectou algo estranho no recinto. Não deu outra,disse-me que minha barriga estava por demais desproporcional e perguntou-me se eu não estava grávida,neguei imediatamente,mas é claro que minha negativa não a convenceu. E para me contradizer ,quando a noite chegou comecei a sentir-me mal,contudo,aguentei as primeiras horas da noite. As dores foram se intensificando. Eu sabia que fora reflexo dos xingamentos de minha mãe que não se convencera da minha negativa quanto a minha gravidez. Ela sabia dos meus pontos fracos,eu não tinha a mesma desenvoltura da minha Irmã quando as duas discutiam. Havia um respeito entre ambas.
Quando todos dormiam a dor piorara ,comecei a sangrar,levantei várias vezes,sem que nem minha irmã ou minha mãe se incomodasse com o que estava ocorrendo. Ao amanhecer ,minha mãe saíra para o trabalho,minha irmã para o hospital onde era enfermeira. Como de costume,as duas deixavam o cadeado do telefone trancado,já que eu era única que não trabalhava,assim,como manda as leis do capitalismo não se pode também consumir. Não aguentando mais,tentei ligar,mesmo com cadeado para o meu noivo. Não conseguir,eu tinha uma técnica que mesmo com cadeado dava para telefonar,no entanto,para o numero de Henrique a ligação não completava porque os números estavam impedidos de rodar no aparelho. Até que dava para girar,hoje não se pode fazer esse tipo de tentativa,pois os aparelhos telefônicos modernizaram-se.
Conseguir fazer uma ligação para uma pessoa desconhecida,que se sensibilizou com minha história,e após eu lhe dar o telefone do meu noivo,ele telefonou para Henrique que chegou desesperado em casa com um carro emprestado dos parentes. Ao chegar ao hospital ,só deu tempo dos médicos prepararem para cirurgia . Porém, antes de me encaminharem a sala de cirurgia ,fizeram-me interrogatórios,se a perda de minha filha ,sim, era menina,não fora provocada. Diante da negativa dera-me preferência . Isso acontece muito em hospitais públicos ,se os médicos descobrem que as mães estão ali por causa de aborto provocado,eles deixam sofrerem durante um bom tempo.
É crível como determinadas pessoas conseguem vestir tão bem a áurea de bons moços,no entanto, a sordidez é a sua verdadeira característica.
Minha mãe não foi ao nosso casamento,sentiu-se traída pelo meu marido diante da sua moral inatacável . Simpatia,carinho,amor,era algo estranho do seu modo de ser.Mas compensação nos garantia uma casa,compra de moveis e alguns eletrodomésticos .
Minha segunda gravidez ,já casada não fora tão conturbada como a primeira,entretanto,não deixei de ter problemas. Como minha mãe sabia que Henrique recebia um salário medíocre,usava de toda sua prepotência para se meter em nossas vidas. No segundo e ultimo filho,ai que as coisas tornaram-se mais difíceis ,pois ela sempre teve medo de se sobrecarregar nas despesas.
Determinadas pessoas também sofrem porque não agem com inteligência ,eu e o Henrique estávamos nesse rol.Sabiamos que um filho já era por demais oneroso em nossas vidas. No entanto,o instinto animal sobrepujou a razão. Concordo com o existencialismo que diz que somos responsáveis por nossas ações. Provocamos muito dos nossos sofrimentos. Não descarto o sofrimento adquirido.
Henrique sempre foi um ótimo marido,apesar das nossas desavenças .
No inicio do nosso casamento minha mãe arrumou um emprego numa creche onde eu cuidava de crianças carentes.Era uma longa jornada,além de ter que enfrentar curso médio a noite .Minha mãe muito se orgulhava de minha irmã ,sua filha predileta por ter tirado o curso universitário .Segundo ela,as oportunidades foram dadas as duas igualmente.Mas será mesmo que essa afirmação está correta? Do ponto de vista reducionista dela poderia está.Contudo,as oportunidades não podem ficar apenas em oferecer escolas,material escolar,alimentação,roupas,mas o fundamental ela não havia dado,o amparo psicológico ,no carinho,no amor. Ninguém é obrigado a ter o mesmo desenvolvimento intelectual igual,não obstante, as dificuldades foram feitas para serem vencidas,mas nada disso era proporcionado As dificuldades nas matérias tinha o rótulo de burrice. A impaciência , a agressividade,ignorância ,esse tipo de procedimento abalava-me sensivelmente no meu rendimento escolar. Não me esqueço de uma palavra muito usada por ela quando eu estava na adolescência ,e a todo momento ela pronunciava quando estava zangada comigo,chamava-me de pústula .
Henrique é o que podemos dizer como o modelo de marido,sempre foi bom pai,bom amante. Nos entendíamos nos primeiros anos no casamento muito mais na cama do que fora dela. Com o passar dos anos nossa relação foi se equilibrando.Naquela época tinha um apetite sexual muito grande ,e ele também não deixava por menos. Era uma pessoa inteligente,ainda que não reconhecessem seu potencial,precisava sempre que as pessoas falassem,mostrassem o que era óbvio nele.Essa falta de segurança em si desenvolveu-se devido a própria relação que ele tinha com sua segunda família que o adotou. Não fora bem aceito pelos outros filhos do casal,que por sinal sempre que podia deixavam seu auto estima em frangalhos. Era o patinho feio que só estava ali porque seu irmão por parte de pai o adotara.
O homem já nasce com alguns traços característicos que ele vai carregar para o resto da vida,mas sem sobras de duvidas, a socialização é a forma mais abrangente de se formar ou deformar o psicológico de qualquer individuo.
Henrique a principio não sabia dos meus traumas de infância,só ficou sabendo após nosso casamento.Todavia,deixarei esse lado mais delicado para depois. Ficarei agora com o inicio do nosso namoro.Foi um acontecimento engraçado,porque ele no fundo queria relacionar-se com minha Irma . Ele a conheceu primeiro, no entanto,por ironia do destino,acabei ficando com seu amor. Tenho que confessar que de inicio não havia aquele arrebatamento,outrossim ,a vontade desesperada de sair de casa. No decorrer do casamento meu amor foi crescendo e solidificando-se . Notei que os amigos de Henrique foram aos poucos desaparecendo depois do nosso casamento.
Eu e Henrique tínhamos cumplicidade na cama e fora dela. O que não é novidade para muita gente.Casais se libertam do ciúme possessivo ou nenhum ,mas isso não quer dizer que o amor acabou,é apenas um novo modelo de amor.E como Sabina personagem do livro A Insustentável Leveza do Ser de Milan Kundera colocou-“Mas o que é trair? Trair é sair da ordem e partir para o desconhecido.
Esses desejos um tanto quanto estranho para os puritanos ocorreu-nos quando passei por uma experiência amarga e desagradável,contudo,soubemos capitanear em nosso beneficio sexual. Pode até parecer estranho ,porém esse acontecimento revigorou nosso casamento. Se levarmos pelo pacto xucro não se poderá compreender nossa atitude. Digamos que foi apenas uma forma de tirarmos proveito do lado negativo para o ângulo prazeroso.
Tudo ocorreu num dia fatídico quando trabalhava na creche ,logo no inicio do nosso casamento. Depois de sair do trabalho ás dezoito e trinta e cinco. Comecei andar atabalhoadamente,meus pensamentos só estavam para Henrique e para nossa filhinha recém-nascida. O caminho estava escuro. O local de trabalho era afastado do perímetro urbano,logo, de difícil acesso. As pessoas que transitavam nessa imediação tinham muita dificuldade devido o pouco calçamento,alem do espaçamento entre as zonas residenciais e de trabalho como posto de saúde ,escolas,lojas de diversos utensílios .Nesse entorno existiam arvores e mato crescidos. O ponto de ônibus ficava a 10 quilômetros de distancia. Ao trilhar no meu trajeto,de repente alguém me abordou estrepitosamente com uma garrafa quebrada e logo em seguida me ameaçou dizendo-me que se não o seguisse cortaria meu rosto todo. Tentei tirar o relógio,só que sua intenção não era de me roubar,mas possuir meu corpo.
Minhas pernas não aguentavam dar um passo se quer,fiquei paralisada,imobilizadas,era o emocional sobrepondo ao corpo físico . A principio não o visualizei,minhas vistas ficaram embaçadas . Passado alguns segundo,o susto diante do pavor,me equilibrara ,no entanto, o sistema nervoso continuara desconectado e bastante abalado.
Era um latagão ,negro,cabelo Black Paul ,uma barba cheia mas ao mesmo tempo falha,empurrou-me junto as arvores onde tinha os matos altos e bem recôndito Derrubou-me ao chão . Pensei em Henrique ,por que ele não estava naquele momento para me salvar daquele mostro para me livrar daquela situação aterrorizante em que me encontrava. Contudo isso, por mais estranho que possa parecer,fiquei excitada com tudo aquilo que estava vivenciando. Entretanto,resistia com toda as minhas forças, tentei gritar,mordi-lhe ,mas foram em vão as tentativas. As mãos estavam em riste com a garrafa quebrada em direção ao meu rosto. Baixou suas calças junto com a cueca,seu pênis era grande e grosso,fiquei mais ainda excitada .De uma forma muito rápida suspendeu minha saia,baixando raivosamente ,em seguida puxou para baixo minha calcinha violentamente,suspendeu minha blusa de uma forma impulsiva , o mesmo fazendo com o sutiã . Mesmo resistindo ele tinha uma maneira de me prender entre seus braços vigorosos que tornava quase impossível sair das suas garras. Ficou claro que era um estuprador experiente ,pois não quis introduzir seu pênis de primeira na minha vagina. Tinha uma técnica para deixar sua vitima enlouquecida por ele. E realmente conseguiu seu intento. Baixou minhas costas toda,passando em seguida a barba ,beijou meu pescoço,sussurrando em meus ouvidos,em seguida chupou meus seios,beijou minhas coxas passando a barba entre elas. Lambeu minha vagina e tocou com os lábios meus seios .Foi um dos momentos mais prazerosos que ele me proporcionou, coisa que Henrique não gostava de fazer.
Arranhou-me com suas unhas grandes as minhas nádegas .Henrique era um inexperiente na questão sexual,só sabia mesmo fazer papai e mamãe . Beijava-me muito,seu lábios grossos me deixaram enlevada. As penetrações foram deixadas por ultimo. Mesmo sem as penetrações já gozara varias vezes. Depois pegou seu grosso e enorme pênis direcionou em minha vagina penetrando com muita força e exigia que eu mexesse rápido acompanhando seu ritmo. Quanto mais ele penetrava mais eu enlouquecia de tanto gozo,porém por ser um pênis grande e grosso doía no útero ,e eu falava devagar ,devagar e quanto mais eu falava,mais força ele fazia nas penetrações .Me chamava de cachorra,vagabunda. Dizia-me,você é branco e merece passar pelos que os negros passaram. Dava-me tapas no rosto quando eu fazia qualquer gesto de me desvencilhar das garras. Puxava meus cabelos de uma selvagem. Após saciar-se ,passado alguns minutos,trancafiava-me totalmente entre suas pernas e seus braços,puxando-me para cima do seu corpo. Agora era ele que ficava embaixo e eu em cima e novamente penetrava seu pênis na vagina. Ai não tive como,me envolvi com aquele homem robusto com seu pênis grosso e grande.Não satisfeito prende minha cabeça entre suas pernas musculosas e obriga-me chupar seu pênis,quase não conseguir colocar em minha boca. Sua grossura me sufocava. Mesmo assim chupei ,satisfazendo-o.Ao final desse ato ele gozou e me fez engolir seu esperma,engasguei e fiquei sufocada diante de tanto esperma. Tive que engoli todo aquele liquido que tinha um gosto de água sanitária ,fiquei por alguns instante enjoada .
Sua ultima investida foi a sua penetração no meu anus. Se na vagina fora dolorido,imagine no ânus. Novamente não teve condescendência ,penetrou com toda fúria. Meu algoz me desvirginou na relação anal. Henrique tentara algumas vezes e não obterá sucesso. Não precisar o tempo pelo qual passei nessa tortura,mas acho que mais de uma hora. Depois de saciar-se por completo,soltou-me de suas garras . Sua performance sexual tinha um combustível por trás ,ele estava sob efeito da maconha,seus olhos estavam da cor de brasa. Satisfeito,empurrou-me par o lado. Baixei as saias,vestir a blusa ,apressadamente,minha calcinha ficou como um souvenir em suas mãos.
Basta estar em terra,mar ou ar,qualquer que seja as circunstancias o ser humano é um eterno refém . Somos fracos,diante de pessoas doentes,maléficas que não estão nem ai para a dor do outro.Infelizmente vivemos esse cotidiano aterrorizante ,mas que fica encoberto na covivencia consensual da sociedade.