BODAS DE PRATA
BODAS DE PRATA
Paulo Roberto e Sonia estavam emocionados e felizes. Acabavam de completar vinte e cinco anos de casados. Uma união cheia de altos e baixos, como muitos problemas, muita discussão, ciúme, brigas, mas ainda estavam unidos. Para ele era o que bastava. Lembrava com emoção, a primeira vez que avistara Sonia no uniforme da Escola Normal. Ela parecia intocável, e ele gastou umas semanas para conquista-la. Quando conseguiu o primeiro passeio que fizeram foi a Quinta da Boa Vista. Lá no meio da paisagem tão bela, trocaram os primeiros beijos.
Como estavam muito duros e cheios de dívidas, resolveram comemorar a data sem estilo. Jantar fora e a esticada num motel à beira mar. Tinham três filhos: Pietra, a mais velha que estava começando a andar com as próprias pernas, Marcos e Marcelo, os dois estudavam em universidades pagas, e as despesas com os estudos dos rapazes comia parte do orçamento dos dois.
Sonia era muito vaidosa, e para a sua festinha particular com Paulo Roberto tinha preparado um show a parte. Vinha há meses fazendo uma ginástica especial para enrijecer os músculos do glúteo, e as sessões diárias de abdominais tinham dado uma aparência mais jovem ao seu abdômen outrora muito flácido, de seis gestações. As três primeiras gestações foram saudáveis e sem problemas, depois ela engravidou três vezes mais, tentando ter outra menina, mas não teve sucesso. Teve três partos prematuros no sétimo mês, e os meninos nasceram mortos.
Paulo Roberto tinha preparado algo muito especial, um amigo de infância lhe garantira que era muito bom utilizar o comprimidinho azul, na hora H, pois assim teria uma noite como se fosse um jovem de dezoito anos.
Sonia já estava farta de tanto sexo numa só noite. Parece que todo o uísque que o marido bebera tinha descido para o pênis, e ela estava doida que aquele martírio acabasse. Já eram cinco da manhã, e nada do “velho” apagar como ela costumava chamá-lo ultimamente, pois os cabelos dele estavam brancos e a pele muito enrugada. Era um apelido carinhoso, mas de certa forma afetava a vaidade do velho.
Ela já estava tão cansada, e ele ainda queria a saideira. Jogou-se por cima dela, num apetite voraz de amor, sexo, excitação, tudo misturado. Ela fingia estar gostando, e ansiava acabar com aquilo tudo, para finalmente tomar um banho e dormir. Ele a invadiu rapidamente e depois a abraçou com tal força que ela estranhou, quando fez menção de livrar-se do abraço, sentiu um calafrio na espinha e um clarão riscou seu cérebro de ponta a ponta. Ainda chamou baixinho no ouvido dele, mas Paulo Roberto, já não a ouvia, seguia as ninfas que lhe acenavam num bosque encantado, levando sua alma para um paraíso de orgias, enquanto Sonia amanhecia com o corpo de Paulo Roberto enrijecendo já fora do seu.