Vá em frente.

OS FATOS.

Ao que parece, Elize Ramos Kitano Matsunaga, 38 anos, andava atormentada pelo medo de ser trocada por outra mulher e pela possibilidade de perder a guarda da filha, daí ter preferido tratar o assunto do jeito mais cruel: assassinando o marido, o executivo da Yoki, Marcos Kitano Matsunaga, 42. Matou e esquartejou.

CIÚME PARANÓICO - A TRAJETÓRIA DO ATORMENTADO -

A paranóia é a expressão do domínio da vingança e do ódio quando se volta contra o sujeito em questão. Determinados traumas resultantes de problemas mal resolvidos na infância projetam na mente do indivíduo o fantasma do medo, que adquire extrema importância na vida de uma pessoa com presdiposição genética. O caminho do ciúme paranóico vai do centro para a periferia, fazendo com que essa obsessão tome o lugar absoluto das preocupações do indivíduo. A síntese desse mal é a perda da saúde mental com detalhes que o sujeito não consegue se desvencilhar, daí ocorre uma estreita ligação com o medo, fato essencial para para o surgimento da moléstia. Quase sempre, no histórico do paranóico,ocorreu uma experiência negativa, frustrante ou de terror na vida do sujeito acometido . Em consequencia de um fato altamente frustrante anterior, toda a leitura mental presente e futura do indivíduo, se baseará na espera de nova catástrofe em todas as áreas: morte; doença; ciúme; perdas materiais e afetivas ; pois o paranóico cultua inexoravelmente à volta da perturbação. Uma das conseqüências é o desenvolvimento de um espírito vingativo e bélico a qualquer risco percebido pela mente doentia do acometido. O paranóico desenvolve um tipo de orgulho e rigidez perante uma perda; antecipar constantemente um medo nada mais é do que o inconformismo sobre uma passagem pretérita.

Ou seja, a mente paranóica prefere aniquilar o objeto de sua posse do que correr o risco de vir a perde-lo

A paranóia de certa forma, pode ser vista como uma defesa contra a inveja. A "falsa modéstia" é uma tentativa de auto anular as potencialidades paranóicas de determinado indivíduo, ela é elaborada por sua mente doentia para que ele se sinta pertencente a uma massa homogênea que nunca o critique ou inveje.

O grande dilema dessas camuflagens, é que sempre objetivam, esconder a fúria potencial que o paranóico nutre por sua vítima e a grande dificuldade em detectá-la, reside no fato de que todas as escolas psicológicas não conseguem refazer por completo a história psíquica e afetiva de uma determinada pessoa.

Compete a cada um a tentativa de se conhecer, caso não deseje caminhar para o abismo, a cadeia ou cegueira social; enfim, perceber como dizia ADLER: "Quem não está pronto para dividir, não está apto a ter ou ser".

COMO FAZER PARA NÃO SER O PRÓXIMO.

Gente bem resolvida chora a dor da decepção, mas se levanta e consegue dizer: “ele – ou ela – não me merecia. Vou em frente, porque tenho mais o que fazer”.