A MULHER DO CAPITÃO ESTÁ SERVINDO MARMITA PRA FORA

O conto é baseado em fatos reais. Os nomes foram alterados.

Aguinaldo era um sujeito pervertido. Sua mente poluída era uma usina de pensamentos pecaminosos. Mulherengo, volta e meia entrava numa gelada.

Maura, sua mulher, com o tempo já nem mais ligava para as peripécias sexuais do Gui. Até teve uma ocasião em que ela se escondeu no porta malas do carro para dar um fraga no marido. Desconfiada de que ele ia aprontar com a vizinha lá se escondeu e quando ele parou no motel pulou do porta-malas e gritou: - Surpresa!!! Não sei como terminou a aventura, mas acho que não deu em nada pois a Maura estava tão acostumada com as aprontadas dele que já não mais reagia. Sei que resultado dessa ocasião o porta-malas do carro do Gui trocou de nome: passou a se chamar “porta-maura”.

O pior mesmo aconteceu quando ele estava no apartamento de uma moradora do mesmo prédio que ele morava, em pleno centro de Curitiba, e o marido dela chegou. A saída que ela teve para se livrar da bronca foi gritar: - Pega ladrão! Enquanto isto o Gui saia pela janela do apartamento que ficava no terceiro andar, para uma marquise, pelado, com as roupas nas mãos.

O pessoal que passava pelo calçadão da Rua das Flores começou a gritar: - Não se joga! Não se joga! Pensavam que ele estava tentando se suicidar. Desesperado ele fazia sinal para o pessoal não gritar. Piorou a situação. Começaram a gritar: - Pula então, seu viado. Pula se for homem.

Alguém resolveu chamar a Polícia. E ela veio e deteve o Gui. Não sabiam que ele era capitão do exército. A polícia não podia prender um militar. Chamaram a Polícia do Exército que levou o Gui para o quartel.

No dia seguinte saiu uma manchete na Tribuna do Paraná: “Capitão pelado tenta se suicidar porque foi traído”. Sei lá de onde tiraram essa conclusão.

Na Boca Maldita, no dia seguinte, o assunto era um só: “A mulher do capitão está servindo marmita pra fora”.

A Maura era uma santa, mas bem feito; O Capitão Aguinaldo colheu aquilo que vivia semeando.