DONA CHICA LOUCA
Uma senhora com aproximadamente setenta anos, em meados dos anos 80 circulava pela cidade de Tatuí, interior do Estado de São Paulo.
Na Vila Dr. Laurindo ela era conhecida como a Dona Chica Louca.
Dona Chica causava uma forte impressão porque sempre andava com objetos estranhos nas mãos, além de um velho guarda-chuva que usava para se defender dos insultos das crianças. Para mim, aquela senhora era uma artista! Teria sido uma grande atriz se a vida tivesse lhe proporcionado uma chance! Seu magnetismo contagiava a todos.
Entre seus resmungos haviam xingamentos, mas também havia poesia. Ao olhar para objetos, descrevia-os de forma utópica e designava para eles outras funções no mundo e ainda conversava com o vazio.
Dona Chica Louca nunca agrediu as crianças fisicamente, mas insistia em passar pelo mesmo lugar onde elas estavam todos os dias. Era como se as provocações as motivassem de alguma forma. Talvez se sentisse admirada, afinal, as pessoas estavam olhando para ela, se importavam, mesmo que de maneira torpe, mas se importavam e isso a mantinha viva e sua arte era expressada.
Não soube mais de Dona Chica Louca depois que me mudei para o centro da cidade, mas a verdade é que ela conseguiu transmitir suas verdades entre seus devaneios e hoje se faz tema deste meu conto e estará presente certamente em algum livro que haverei de escrever, onde sua santa loucura será eternizada.
Na Vila Dr. Laurindo ela era conhecida como a Dona Chica Louca.
Dona Chica causava uma forte impressão porque sempre andava com objetos estranhos nas mãos, além de um velho guarda-chuva que usava para se defender dos insultos das crianças. Para mim, aquela senhora era uma artista! Teria sido uma grande atriz se a vida tivesse lhe proporcionado uma chance! Seu magnetismo contagiava a todos.
Entre seus resmungos haviam xingamentos, mas também havia poesia. Ao olhar para objetos, descrevia-os de forma utópica e designava para eles outras funções no mundo e ainda conversava com o vazio.
Dona Chica Louca nunca agrediu as crianças fisicamente, mas insistia em passar pelo mesmo lugar onde elas estavam todos os dias. Era como se as provocações as motivassem de alguma forma. Talvez se sentisse admirada, afinal, as pessoas estavam olhando para ela, se importavam, mesmo que de maneira torpe, mas se importavam e isso a mantinha viva e sua arte era expressada.
Não soube mais de Dona Chica Louca depois que me mudei para o centro da cidade, mas a verdade é que ela conseguiu transmitir suas verdades entre seus devaneios e hoje se faz tema deste meu conto e estará presente certamente em algum livro que haverei de escrever, onde sua santa loucura será eternizada.