Carta para o velho
Carta para o velho
Ô zé! Hoje faz um mês que você foi para essa cidade grande que dói , cidade que parece ter até o mundo todinho dentro dela uai. Eu já ouvi dizer que até gente do exterior mora nela e você bem, você conseguiu chegar até aí. Que homem guerreiro que eu tenho amor demais da conta sô! Velho , essa carta é para falar da saudade que eu estou sentindo de você desde que saiu daqui do nosso arraialzinho para tentar a vida em são Paulo. O que é que eu vou fazer sem você aqui? Pertinho de mim? Nossos netos homem , não tem uma noite que não pergunte onde é que você foi, ficam te esperando para ouvir as histórias que você contava. Eles te amam , e não poderia ser diferente , porque você foi um pai tão bom para o Carlos , homem! E para o Pedro então! Aquele lá é a sua cara.
A noite quando eu deito na nossa cama , velho , eu fico me perguntando o que é que você está aprontando por essas bandas. Não tem ninguém judiando de você aí não, não é? Espero que não, pois você só merece coisa boa , nada de ruindade. E aqui , não é só eu que estou sentindo sua falta não. Na lida , nossos companheiros todos querem que você volte logo para contar aquelas piadas , que faz nosso dia lá na colheita de café passar mais rápido.
E você velho, pode ter certeza. Quando eu te ver abrindo o portão da nossa casinha... ah isso vai ser uma alegria! E o churrasco vai rolar solto hein! Pois então , eu vou encerrar essa carta , estou indo dormir , e eu estou te esperando aqui bem. Volta logo.
Da velha que te ama. Maria, sua digníssima esposa.