Morador de Rua

Não tinha nada para comer como sempre. Vida ingrata aquela. O que fez para tornar-se um mendigo? como era miserável. Era tão humilhante sobreviver ás custas da compaixão alheia, de esmolas!! fora as outras vezes que procurava comida no lixo. Esses restos sempre continham junto coisas nojentas. Sua pele era pustulenta e cheia de feridas, as unhas pretas e grandes e o dentes podres.

Não suportava seu próprio cheiro - como fedia. Nem o cachorro que o acompanhava fedia tanto.

A tristeza, a solidão e a miséria daquela vida tinham matado qualquer esperança que pudesse ter sobre o futuro.

Com o tempo passou a comprar cachaça com a esmola que recebia. Estar bêbado contribuía para que o tempo passasse mais rápido. Tornou-se alcoólatra, por fim, este o levou até as drogas - sobretudo o crack. Era melhor fumar uma pedra do que beber uma cachaça.

Drogado - bêbado e louco, sua condição tornou-se pior que a primeira. Dormia em baixo dos viadutos e marquises. Ás vezes fazia sexo com um outro morador de rua e ele não era gay, nem homem - um bicho para ser mais preciso.

Não demorou muito para começar a roubar no centro de São Paulo, carteiras, bolsas, celulares - enfim, tudo que era de valor para comprar pedra. Vivia de pequenos furtos. Estava magro como um cadáver - não se alimentava, só fumava.

Experimentou a cocaína - o pó dava uma brisa louca e compartilhava seringas com outros usuários. Depois de uns meses - contraiu o HIV - sua saúde ficou muito debilitada. Após seis meses morreu de AIDS. Foi enterrado como indigente.

E assim chega ao fim da vida miserável de uma figura "desconhecida" que vive á margem da sociedade. Mais um entre tantos nesse mundo bárbaro.

Anna Azevedo
Enviado por Anna Azevedo em 18/05/2012
Código do texto: T3674777
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