A prisão de Tio Eduardo
Tio Eduardo tinha uma vida muito intensa na capital dirigindo suas três construtoras e dando consultorias para firmas do ramo.
Ainda tinha que viajar todo o mês para suas fazendas, uma em Minas Gerais e outras duas em Goiás.
Ele era adepto do ditado popular “o olho do dono é que engorda o gado” e estava sempre presente em seus negócios, o que o tornava ausente na família.
É claro que isso era demasiado estressante para ele, mas nada que um bom scoth" não resolvesse.
Para tio Eduardo, qualidade de vida se resumia em trabalhar, trabalhar e trabalhar.
Sua casa na praia servia como válvula de escape, para a qual recorria vez em quando, para evitar que ”explodisse”.
Também era um jeito que encontrava para amenizar sua ausência. E mesmo que a paradisíaca casa de veraneio não desse conta do recado, havia ainda os milagrosos “tarja preta”.
Tio Eduardo se tornava cada vez mais prisioneiro de si mesmo e de seus negócios. Tanto, que já nem sabia mais o simples significado de viver...apenas viver!
Trecho do livro "O Tormento", de minha autoria.