El sombrero mío

Enquanto houver ar eu viverei, para todo o sempre viverei, a vida curta e bela que tenho aqui. Espero realmente que as ruas não troquem os caminhos e os pássaros não voem mais altos, ainda quero vê-los enfeitando nossos céus.

Sabe de uma coisa, algumas coisas realmente você sabe que são difíceis em nossas vidas, quem não gostaria de ir para Marselha e conhecer a beleza do sul da França? Alguns não! O pensamento de uma pessoa não pode assemelhar a de outra sempre. Deveras vezes sim, mas em realizações não. Deve ser um belo lugar lá, mas tem muitas pessoas felizes aqui.

Por isso que ainda desejo muito viver, a vida é um sopro, um lampejo. Quem dera ser rico e ter grandes dotes para meu gozo. Próximo a mim tem, aqueles que preferem colherem laranjas nos pomares e ter a plenitude da vida com o trabalho e luta cotidiana.

Ainda assim quero ver uma aurora boreal deitando sobre uma grande montanha. Para que esqueça todos os problemas preto e branco que a sociedade e o capitalismo impõem a minha mesa e aos meus talheres.

Perspectivas arbitrárias são o que atribuo a todo esse aglomerado de números que tenho aqui, números e mais números, somente isso, são assim que nos veem pela ótica governamentalista? Códigos, registros e numerações intransferíveis, filas e grandes salas de espera. Ainda quero sentir cheiro de lavanda nelas.

Sábio é o gavião, que vive nos céus e nos olha do alto, com visão aguçada e sagaz. Porque não a águia um animal mais belo e estrangeiro ao invés de uma simples ave da fauna brasileira!? Quem sabe perceba que o Brasil é o colosso do mundo, das belezas e diversidades, não quero e nem necessito de uma ave cinematográfica, tenho a imensidão das águas, fauna e flora. E assim como pode perceber, me distancio de você em pensamento, é melhor morrer nesse solo do que agonizar a um lábaro não louvado por ti.

Qual a estapafúrdia de adquirir bens e enormes volumes nos bancos, a vida toda poupando e evitando usar para seu beneficio, vai guardar para o governo ou para a parentada? A ampulheta findará e nem um cisco levarás, a não ser os atos do passado, sagrado e maculado passado, um misto de ironia e tragédia em sua intacta imagem.

- M.Leite

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