O DIA DE ONTEM (E O DE HOJE TAMBÉM)
- Alô, Leninha!
- Oi, Apareceu, é?... Você me deu um baita susto, te procurei por todo canto, o dia inteiro, ontem. Por onde tu andou, mulher de Deus!
- Ah, minha filha! Dei um perdido em todo mundo, mas não sem motivo, coisa de louco.
- Sério? O que houve? Foi por causa daquela história de antes, que você me contou?
- Nããããão!!! Tomara fosse amiga, quem me dera!
- Então conta logo, que já estou em cólicas de tanta curiosidade...
- Pois é ontem saí logo cedo para a fisioterapia. De lá segui para o centro onde tive que resolver alguns probleminhas, inclusive aquele sobre minha senha bloqueada na Secretaria da Fazenda – da Nota Fiscal Paulista – lembra?
- Sim, tô lembrada. ‘Cê digitou a senha errada por várias vezes e ela foi bloqueada.
- Foi... minha amiga, andei tanto, mesmo com as dores ainda me incomodando muito e me deu uma fome danada. Entrei em um restaurante ali próximo, na Avenida Ipiranga - na verdade era uma churrascaria, que eu nunca vou, mas dei bobeira – e almocei, pouco, como você já sabe.
- E aí, a comida num ‘tava boa?
- Sei lá, estava com ótimo aspecto, mas o resultado é que não foi bom. Passei a noite sem dormir, fazendo serão no banheiro. Um horror! Hoje, amanheci fraquinha, fraquinha.
- Putz! Que cagada! Cê tomou remédio?
- Sim, estou medicada, mas ainda meio tonta. Sacanagem isso, não? Piriri na madrugada, ninguém merece, amiga
- Cruzes... Acho que cê precisa se benzer, mulher! Deus do céu! E porque não está deitadinha, de repouso e sim pendurada nesse computador?
- Kkkkkkk... Preciso mesmo... Hoje ficarei o dia todo de molho, na cama, pra estar bem amanhã. Mas vim escrever um pouquinho, dar uma satisfação aos amigos que procuram por mim. Zélia já me deixou dois recados, está preocupada comigo. A Hull também se preocupa muito, e eu não poderia deixá-las sem uma resposta, não é? Não se faz isso com amigos que a gente ama. Por isso estou te ligando também, sabe que te amo muito, não é?
- Eu também te amo amiga, mas vá repousar, já!
(Milla Pereira)