O caso do queijo bola

Olhei para o objeto estranho em cima da mesa. Sim, ele estava lá. Altivo imponente. Alheio a todos os meus pensamentos, continuava lá!

Era redondo, muito grande amarelo ao extremo, por muito anos permanecera ali, imponente. Distante, intocável.

Durante muitas manhãs, pude deparar com essa visão. Ali no meio da mesa, na casa ao lado! Era de todos, fazia mesmo parte da família. E tão desconhecido por mim.

À noite, questionamentos me tiravam o sono. Precisava saber, onde , quando? O que fazer para chegar ate aquele objeto estranho. A sua volta por inúmeras manhãs todos se aglomeravam, sorriam satisfeitos. Tocavam aquela imensa bola amarela, parecia mágica, tamanha a satisfação que transmitia.

Eu esfregava os olhos, tentava imaginar... Seria um alienígena?Em minha casa nunca havia entrada algo semelhante.

Essa visão "do inferno" me acompanhou por longos anos. Muitas vezes alguém precisava me tirar do parapeito da janela, onde eu ficava contemplando a reação estranha causada por aquele " ser" indecifrável.

Constantemente, sem trégua lá estava ele, no centro da mesa, o centro das atenções! Resolvi persistir, precisava tocá-lo senti-lo descobri-lo. O tempo passou anos a fio e não consegui. Muito tempo depois, aquela visão existia apenas em sonhos, dos quais acordava suada e agitada. A vida então seguira seu curso normal, até que um belo dia....Dei de cara com o tal objeto.

Estava ali bem a minha frente nas prateleiras de um supermercado! Um lindo, brilhante e enigmático queijo bola!

Então era isso? Com a voz embargada pela emoção , me aproximei, toquei, ele não fugiu! Nem gemeu? Não me mordeu! Comecei a tatear então, era macio, cheirei, perante os olhares curiosos das outras pessoas. ! Só eu entendia aquela relação! Abracei o queijo bola, era meu, levaria a todo custo. Olhei a etiqueta e entendi então o porquê dele nunca fazer parte da mesa do café da manhã de minha casa. Assim como de tantas outras, tenho certeza. Revirei a bolsa, e para minha surpresa, vi que podia levá-lo.

Foi o que fiz. Levei um, dois, três... Levei todos os ETS que pude carregar, e sorridente enfeitei a minha mesa. Naquele dia nem dormi, tamanha satisfação! Fiquei a noite toda comtemplando aquela figura!

Hoje, ninguém entende o porquê dele fazer parte diariamente de minha mesa. Passo por ele dou um tapinha na sua “cabeça” e digo. Viu? Consegui!!!!!! Vá entender os humanos!

Leandra Telles
Enviado por Leandra Telles em 30/04/2012
Código do texto: T3642317
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