Perdoa-me
O homem estava olhando o vazio que se estendia à sua frente,
já estava velho, cansado, os longos caminhos deixaram marcas,
sem alegria ali estava, apesar de ótima situação financeira,
mas naquele lugar, o dinheiro não poderia lhe dar um aconchego,
estava ausente de carinho, os dias intermináveis, faltava o amor,
não só os dias mas também as noites eram intermináveis,
sua vida naquela etapa dos longos anos percorridos agora só a dor,
mas porque ele sofria? Pois estava confortado!
Porque, Neste mistério que é a vida, tudo tem uma causa de acontecer,
um filme se foi passando na mente do velho que estava triste:
outrora ele era um moço de uma beleza magistral,
possuía muitos encantos que faz o ser humano o tal,
as mulheres se aproximavam dele com várias intenções,
ele malandro, aproveitando destruía muitos corações,
mas nestes poderes todos, não foi infalível: alguém o conquistou,
cansado das aventuras ele casa com uma linda cinderela,
todos comentavam: realmente um príncipe e uma princesa,
o tempo passa, infelizmente para muitos inexoráveis,
a união coroada de felicidades incontidas, começa a ruir,
não pela princesa que continuava linda por dentro e por fora,
por dentro porque ela amava incondicionalmente o seu lar,
e por fora porque as dificuldades não a aniquilava,
os trabalhos com os filhos não a amofinava, até que adorava!
Mas o príncipe transformava num monstro aterrador,
os entraves em seu caminho o deixavam assustador,
pula fora do barco, afinal possuía dinheiro suficiente para safar,
possibilitava viver muito, com muitas mulheres para "amar",
O dinheiro para ele era tudo, até para poder seus filhos amparar,
deste jeito estava dispensado até mesmo de amar,
com o desenrolar deste filme, o velho mais apavorado ficou,
apesar de muito dinheiro possuir ainda, sua formosura acabou,
jovem e belo, não se sacrificou pelos que dele esperavam amor,
os primeiros passos dos filhos, as longas noites sem dormir
ele teve o privilégio de não participar, quantos sacrifícios que não teve,
o velho que outrora foi poderoso, agora um esquálido ser,
murmura em silêncio, mas ao mesmo tempo na esperança,
esperança de que cada um de seus familiares possam escutá-lo,
que na ânsia da palavra bendita lhe seja um refrigério,
palavra que pelo menos tenha a chance de pronunciá-la ,
a palavra bendita se for aceita apaga todo o mal, a palavra: - Perdoa-me!...