A SINFONIA DO SILÊNCIO!
 
 
- Que som mais estranho, Ailime! Parece que ouço, mas ao mesmo tempo está tudo tão silencioso ao meu redor... O que será isso? Morri e estou em um outro plano?
 
- Que nada, Marina, este é o som do silêncio.
 
- Como assim, mulher de Deus! E lá silêncio tem som? Eu, heim!
 
- Tem sim... Psiu! Pare um pouco e ouça o som mágico dos violinos... Ah, que harmonia... Quanta paz!
 
- Ih, amiga! Acho que você endoidou! Não ouço nada, ainda estou confusa.
 
- Pois não se confunda minha querida. Apenas curta esta sinfonia gostosa! Poucas vezes a gente tem esta oportunidade. Poucos têm este privilégio!

- Explica melhor, Ailime. Tou entendendo nada...

 
Tem que sentir, Marina. Neste emaranhado de linhas desencontradas, de pensamentos desalinhados, eu me refugio nesta sinfonia como se nada mais houvesse e se nada mais eu quisesse, senão este silêncio que me envolve, por inteiro!
 
É como se eu volitasse sobre as águas do oceano e todo o mar se curvasse diante de mim. Silencioso... Absoluto... Escravo! Transcendental... Surreal! Marina. É como um paraíso onde o inferno não tem vez!
 
- Caramba... E eu não consigo entender nadinha. Deixa pra lá... Credincruiz!

 
(Milla Pereira)
 
 
Este texto faz parte do EC
Sinfonia do Silêncio.
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