A mulher da madrugada
Ao me levantar da cama, me olho no espelho e no espelho me perco. Minha barba mal feita, minhas olheiras bem definidas e meu hálito horrível.
Ao acordar de madrugada, fico a andar pelo quarto, a insônia me persegue, mas para me distrair um pouco, vou a janela ver as pessoas andando na rua da madrugada.
Do outro lado da calçada tinha uma garota, bonita, cabelos grandes e negros, o seu jeito era meigo e sua feição me encantou. E ao olha-la me lembrei do meu grande amor, que me encantou no primeiro e devassador olhar. As duas eram lindas. A mulher atravessou a rua e foi para minha calçada, até o seu jeito de andar era parecido, rebolava quando andava, encantava os diversos olhos que ali ficavam presos a ela. Era linda. Na calçada cheia de homens, ela não caia no papo deles, era esperta, já se notava pelo seu jeito meio malandro. Da janela me esforcei o máximo possível para ouvir a voz dela, e que voz linda essa que ouvi, seria eu capaz de descer e rouba-la para mim! Mas por ironia do destino o meu novíssimo amor era barato demais, quando parou um carro, ela se vendeu para um rapaz, e foi com ele por alguns trocados. Depois disso foi dormir e esquecer as breves ilusões dessa vida.