Desterro, Brasil
07 de abril 2012
Sexta-Feira
QQ Hora
Outono de Páscoa
(Parte I)
Outono! Sexta-feira. Vinte e dois de Abril. 2005. Fim de Tarde. Lá fora, o azul do céu esmaecia. Pássaros em bandos se recolhiam. Brisa úmida penteava as cabeleiras das Palmeiras Reais. O Sol se escondera atrás das cristas das colinas, pintando contornos alaranjados, rosa, azuis... Profusão de cores que aos pouco eram engolidas pela boca da noite. Faltava pouco o céu multicor tornar-se negro como a bruma. Todavia, não faltariam as contas prateadas de lamparinas e candeeiros celestiais para enfeitar a noite que acabava de acordar.
Sozinho! Deitei os óculos sobre o sofá. Fixei um olhar distante e absorto no inserto deslizar dos peixes que ornavam um pequeno aquário. A sala desnudava-se entre sombras e luz esmaecida, jorrada daquele pequeno mundo aquático. Eram Lebistes, Poecilia Wingei, Platis, Espadas, Mollys, Colisas, Neons Negros, Pristelas, Borboletas, Mocinhas e Acarás, mascando água, num sublime bailar. Ambiente lusco-fusco cheirando a cravo e canela, dos incensos que projetavam fininhas línguas de fumaça dançante, que subiam e se perdiam.
Ao meu lado! Jonhannes Simmel descansava à mesa de centro, imerso em sua narrativa “Não matem as Flores”. O advogado Duhamel acabará, por acidente, dar entrada à Pátria Espiritual. O velho coração não resistiu ao peso da revelação de sua estória à pequena Patty.
Pensativo! Deitei olhos num quadro, desenhado a lápis, que meu Pai imortalizou uma garrafa de licor, protegida por um cachepô de palha. Pensei em levantar um brinde de puro Johnnie Walker Gold Label com Simmon, se não fosse a magia daquele momento quebrada por alaridos de crianças.
Debrucei-me à Janela. Do peitoril avistei seis pessoinhas sorridentes. Aos pulos abriam caminho, para dois adultos andantes. Apressados, seguravam imensas sacolas. A luz escassa do poste da esquina refletia no colorido e brilho de grandes e laminadas abas. Ibejis saltitantes transbordavam alegria, otimismo, alarido brincalhão, esperteza infantil e voracidade pelo que é doce.
Derepente! Vi-me imerso nas lembranças pasqualinas de minha infância e na dos meus filhos.
Ahhh! Qual de nós, todos os anos, no Domingo de Páscoa, na alma pura da criança, ficavamos alucinados pelo “coelhinho e os Ovos de Páscoa? Qual de nós, não nos projetamos nesta alma infantil? Quem de nós, com o coração saltitando mais alto do que a estatura física, não caçou seus Ovos de Páscoa?
Com certeza, todos! Entra ano, sai ano, ressuscitamos nossa criança. Compartilhamos renascedoura alegria de vida; sempre novo recomeço; intensa ressureição anual para saudar o Cristo.
Enquanto isto, lá fora, o alarido foi silenciado pela noite que despertou estas lembranças...
07 de abril 2012
Sexta-Feira
QQ Hora
Outono de Páscoa
(Parte I)
Outono! Sexta-feira. Vinte e dois de Abril. 2005. Fim de Tarde. Lá fora, o azul do céu esmaecia. Pássaros em bandos se recolhiam. Brisa úmida penteava as cabeleiras das Palmeiras Reais. O Sol se escondera atrás das cristas das colinas, pintando contornos alaranjados, rosa, azuis... Profusão de cores que aos pouco eram engolidas pela boca da noite. Faltava pouco o céu multicor tornar-se negro como a bruma. Todavia, não faltariam as contas prateadas de lamparinas e candeeiros celestiais para enfeitar a noite que acabava de acordar.
Sozinho! Deitei os óculos sobre o sofá. Fixei um olhar distante e absorto no inserto deslizar dos peixes que ornavam um pequeno aquário. A sala desnudava-se entre sombras e luz esmaecida, jorrada daquele pequeno mundo aquático. Eram Lebistes, Poecilia Wingei, Platis, Espadas, Mollys, Colisas, Neons Negros, Pristelas, Borboletas, Mocinhas e Acarás, mascando água, num sublime bailar. Ambiente lusco-fusco cheirando a cravo e canela, dos incensos que projetavam fininhas línguas de fumaça dançante, que subiam e se perdiam.
Ao meu lado! Jonhannes Simmel descansava à mesa de centro, imerso em sua narrativa “Não matem as Flores”. O advogado Duhamel acabará, por acidente, dar entrada à Pátria Espiritual. O velho coração não resistiu ao peso da revelação de sua estória à pequena Patty.
Pensativo! Deitei olhos num quadro, desenhado a lápis, que meu Pai imortalizou uma garrafa de licor, protegida por um cachepô de palha. Pensei em levantar um brinde de puro Johnnie Walker Gold Label com Simmon, se não fosse a magia daquele momento quebrada por alaridos de crianças.
Debrucei-me à Janela. Do peitoril avistei seis pessoinhas sorridentes. Aos pulos abriam caminho, para dois adultos andantes. Apressados, seguravam imensas sacolas. A luz escassa do poste da esquina refletia no colorido e brilho de grandes e laminadas abas. Ibejis saltitantes transbordavam alegria, otimismo, alarido brincalhão, esperteza infantil e voracidade pelo que é doce.
Derepente! Vi-me imerso nas lembranças pasqualinas de minha infância e na dos meus filhos.
Ahhh! Qual de nós, todos os anos, no Domingo de Páscoa, na alma pura da criança, ficavamos alucinados pelo “coelhinho e os Ovos de Páscoa? Qual de nós, não nos projetamos nesta alma infantil? Quem de nós, com o coração saltitando mais alto do que a estatura física, não caçou seus Ovos de Páscoa?
Com certeza, todos! Entra ano, sai ano, ressuscitamos nossa criança. Compartilhamos renascedoura alegria de vida; sempre novo recomeço; intensa ressureição anual para saudar o Cristo.
Enquanto isto, lá fora, o alarido foi silenciado pela noite que despertou estas lembranças...