A Crônica Que Eu Não Escrevi
Anabela amava escrever.
Escrevia tudo o que lhes vinha à mente.
Ora histórias interessantes, ora aborrecentes, ora instigantes, ora desgastantes. No entanto, ela sabia escrever e aquela era a diversão e terapia mais apropriada para ela. Cá entre nós: Acredito que ela amava mais as letras de que a vida!
Certo dia, a escitora despertou sem vontade de escrever nada!
- Nossa! Estaria Anabela doente?
- Como pode ser? Anabela deixar de escrever??? Só mesmo pagando para ver!
A notícia foi-se espalhando em meio aos amigos e conhecidos e todos ficaram deveras preocupados com a novidade.
- Como poderia a ávida escritora, simplesmente cessar seus escritos?
- Como poderia deixar de escrever seus rabiscos interessantes, audaciosos, firmes e complexos vez por outra?
- Não, isto não poderia estar acontecendo!
Havia uma comoção na cidadela onde residia a escritora, mas sabia-se que ela estava decidida a não mais escrever nada.
A mídia, tomando conhecimento do fato, tratou de agendar uma vista à escritora, onde a matéria a ser divulgada ostentaria o seguinte título: "A Revolta das Letras".
Ao ser questionada acerca do por quê de não mais escrever, Anabela afirmou: - Estou fechada para reformas existenciais. Tão logo brote novos estímulos, tornarei a escrever!
A cidade foi tomada por uma festa. Todos torciam para que a ilustre escritora retomasse à rotina de seus escritos tão almejados e queridos por sua legião de leitores.
O tempo passou, Anabela voltou a tomar gosto pelos escritos!
Escreveu uma crônica e a intitulou: A crônica que eu não escrevi!
Seria Anabela ou outro personagem?
Sei lá!