VIDE BULA

Um vestido foveiro, suor na testa, vinco bem forte, seu olhar era profundo mas distante. Era desmazelada com a aparência mas vaidosa com a busca cultural. Queria compreender ou obter respostas pra tanta falsidade,tanta hipocrisia das peças de xadrez no mundo. Ficava indignada com a maldade. Por milhares de vezes jurou vingança, mas no final do dia entregava pra única justiça infalível. Podia demorar mas nunca falhava. Seu trabalho não era reconhecido nem financeiramente nem pessoal. Sua caracteristísca era a excentricidade e isso incomodava além da conta. Mas tinha um remédio pra tanta desolação, ou vai ou racha. A finalidade de tudo, tinha que ser registrado na lousa universal da memória da vida. Ainda mais, que ela descobriu entre conversas sadias, que nas ranhuras do vaso que modelava, ficava eternamente gravado suas lamúrias, seus protestos. Como emitir som daquilo não sabia, mas tinha certeza que ficava gravado cada momento indiferente ou infeliz do seu dia a dia. O resultado dos problemas que não eram matemáticos, tinham mais valor que a multiplicação ou equação. E a solução da raiz quadrada da questão, estava bem ali, do outro lado do muro da realidade. Bastava tomar uma atitude de auto estima e procurar vencer as lutas contemporâneas, pra subir no podium dos vitoriosos contra si mesma.