Quem sabe . . .
Os anos já estão pesando
cabelos puxados pra branco
o músculo que insiste é o coração
A cabeça voa com a memória
que brinca de funcionar
o sorriso me vem fácil
as lágrimas sem avisar,marejam meus olhos
As lembranças são sempre boas
a vida,hoje,nem tanto
me permito observa-la
reservo um tempo no relógio
para a sonequinha do véio
Acordo e tudo está no mesmo lugar
parado como sempre
os móveis me comprimentam
a tv me mostra que ontem era tudo
muito melhor
Minha saúde também . . .
não quero as pessoas
prefiro meus passarinhos
que todas as manhãs vem a minha varanda
me trazer o bom dia,num cantar
Pessoas querem sempre o que não podem ter
sonham viver o que o vizinho tem
e esquecem de sonhar pra si
está vida de querer,já não me apetece mais
Quem sabe meu último querer
seja morrer dormindo
Quem sabe . . .