Visita á cidade
Rio,17/03/12
Nordestino visita Cidade Maravilhosa
E lá vinha o seu Moisés. Um sujeito magricela e grisalho que se aproximou do bar de seu Tuca Na rua dos Inválidos. E o companheiro de longa data Jeremias pedia mais uma pinga e uma porção de tremoços:
_ Como vai, compadre que bom revê-lo.
_ Olá Jeremias como océ tá mudado. Vejo que essa tal de Cidade maravilhosa te fez muito bem.
_ E quanto a você. Quando chegou e o que achou do nosso cartão postal?
_ Oi compadre. Faz uma semana mais ou menos e eu to pra lá de zangado, num sabe.
_ E por causa de quê? Não o trataram bem na pensão de Dona Feliciano?
_ Num é isso não. Sabe o que é compadre. Eu to meio cabreiro com isso tudo que andam dizendo dessa tal de Cidade Maravilhosa. Num dá para ir de um lugar para o outro sem que a gente tenha que andar espremido no meio de um monte de gente. E pior, alguns desses ônibus levam gente pendurada na porta. E o per-renhe que é para andar no tal de trem e metrô. Aquela roleta num deixa ninguém passar e fica um tumulto dos diabos. E o pior as ruas cheias de buracos sem falar da fila de carros e ônibus que ficam parados toda vida.
_ Pelo menos o compadre gostou de ir no Cristo Redentor e no Pão de Açúcar.
_ Tentei compadre acontece que fui vítima de assalto a caminha de lá. E sabe o que mais, prefiro meu rancho lá aonde o judas perdeu as botas. Mesmo andando em cima dos burros e dos jegues. E tendo que esperar vez ou outra o pau de arara é ainda muito melhor.
Seu Tuca prestando atenção na conversa comentou com seu Jeremias após ver seu Moisés pagar a pinga e ir embora:
_ Ainda bem que pela idade dela não precisou de ir parar nos hospitais da nossa querida Cidade Maravilhosa.
_ Há... há... Há!
Ambos caíram na risada
Fim