Mona 20
Não havia como explicar, de modo exato, de que maneira Mona teria chegado ao local em que se encontrava. Sua memória estava turva e o cenário ao seu redor era fresco e novo em sua mente.
Ao seu lado estavam gigantescos vasos de barro e, dentro deles, cresciam folhas e raízes grossas, de um verde surreal e brilhante aos olhos de Mona. Estes pareciam exaustos, um tanto negros de noites mal dormidas ou gastas com esforço.
- Estou tão pequena... ou talvez o mundo esteja grande. - Mona dispunha-se na ponta dos pés, tentando em vão enxergar por sobre os vasos.
Resolveu subir. Ergueu os braços e alcançou a primeira "corda" encipozada que viu. Mona, então, colocou firmemente o primeiro pé e pôs-se a escalar. Segundo pé, segunda mão, primeiro pé, segunda mão...
"Vamos, só mais um pouco..."
Cada vez um passo, cada vez mais alto... Mona vislumbrava ofegante a sua vista. Parecia estar numa estufa ou jardim botânico. As folhas ao redor lhe pareciam chão; Chãos que caíam e flutuavam por poucos segundos antes de atingir o real chão.
"É uma queda e tanto, Mona..."
Já perto do topo, ela soltava o ar de modo sofrido e tinha em seu rosto uma leve mancha vermelha. Sua visão começava a falhar à medida que Mona criava calos nas mãos. De repente, sua perna escorregou e se prendeu a um espinho coberto por pequeníssimas raízes.
Mona estava suspensa e inconsciente. E então... a queda.