O choro do velho português

Vi o velho português chorar. Me aproximei, perguntei - Por que choras, velho português?

Simplesmente parei e ouvi o lamento do senhor. O português, adiantado em dias, me respondeu com pesar

- Choro, criança, pois estou a passar por maus momentos! Dia após dia me maltratam e me maltratam. Sofro com as agruras que falam de mim. E não são poucas!

Em meus olhos secos já não existe lágrima, porquanto extravagante é a quantidade de equívocos que as pessoas cometem a meu respeito. Não me conhecem e falam tais tolices. Se ao menos se dignassem a conhecer-me um pouco melhor eu certamente os perdoaria pelas suas palavras.

Criança, tenho para mim que pensam que por eu ser velho já não posso mais ajudar. Mal sabem que a muitos formei e a outros tantos esclareci. A pensamentos dei vida e fantasias tornei reais. Quantas palavras conheço e quantos auxiliei para que pudessem ser entendidos?

Quem sabe um dia eles percebam que, embora seja eu velho, ainda sou firme e sábio para os conduzir por melhores caminhos aqueles que de mim se aproximam.