A grande festa

Hoje eu tive um sonho aflitivo, uma sensação de angústia, entenda-se pesadelo. Atônito fiquei quando senti o que vi.

Vi uma grande festa. Carros multiformes e multicoloridos que arrastavam multidões de pessoas consigo, sob um sol fustigante. Uma miríade. Uma miríade enfeitiçada. Uma miríade enfeitiçada pelo sentimento transmitido na grande festa. As pessoas com suas bocas cheias de risos e gestos jubilosos, cantavam suas paixões por este mundo. Quanta alegria, quanto gozo!

Quiçá tu digas, vejo só alegria! Onde esta o pesadelo que tu contas ter sonhado? Pois o conto agora.

Quando cessava-se a festa, rapidamente os risos caiam e se quebravam ao primeiro toque no chão. A alegria se fendia como a terra se fende ao terremoto, levando para o abismo a satisfação daqueles que se revelaram torpes e irreais momentos. Morriam, mas continuavam vivos e como mortos, viviam. Meu coração se contristou quando senti o sentimento deles, quando suas vidas foram descoloridas. A alegria que era apenas um adorno, partiu.