Desejo

Sabe o que queria agora? Você!

Deitada no meu peito, falando qualquer coisa, relaxando, deixando a noite chegar, sem olhar a hora, a madrugada, sem ao menos pensar em nada.

Não só isso, saber que estamos ali por vontade do amor, sabendo que ali está o amor de dois, que misturados faz um e vira o mundo, roda todos os planetas, as luas de todos os céus, até os mais estranhos, como naqueles filmes de terror.

Mas, você e eu estamos parados, o tempo está parado, as luzes estão paradas, o céu, o inferno, tudo parado, nos olhos apenas o brilho reflete.

Outras luzes escorrem como líquidos dos corpos, nada dizemos, agora não, só pensamos em amor, um minuto que dura uma hora, uma hora que vira um dia, depois um ano e logo estamos caminhando para séculos.

Eu e você ali, deitados em uma cama comum, que por dias foi céu, foi fornalha de nossos mais deliciosos pecados!

Na janela reflete apenas os faróis dos carros que passam, mal vimos o dia e já é noite, mal vimos à noite e já é madrugada, ainda somos tudo que começamos, tudo que não prometemos, tudo quisemos ser, tudo e nada além de amor.

Amanhece e continua ali deitada, ora de lado debruçada no meu peito, ora olhando o vazio de um lugar que sonha, seus olhos fechados, as mãos coladas sobre os seios, seu pensamento parece desenhar um amanhã.

Nenhuma palavra e os corpos começam nova procura de prazer, existe sim silêncio em algum lugar do mundo, não aqui, não nos nossos sexos.

Fechamos as portas de todos os lugares que sonhamos e fizemos nossos sonhos juntos, não pedimos nada, não mendigamos, apenas fizemos. O silêncio gira as vontades e logo se encontram os lábios, as línguas, os dedos, os cabelos, quando da pele escorre o suor da paixão, é hora...

Vou, pego seu corpo, misturo ao meu e te dou doses grandes de loucuras, o prazer transcende todo os sentidos e te dou minha vida, a entrega é total, como tudo que fazemos.

Depois de tudo, volto seu rosto para o meu e digo:- Te amo!

17/01/2007