APRENDI COM O BURRO!
Certa feita, quando eu morava no interior
Resolvi numa bela tarde de sábado, de um verão escaldante,
Visitar um velho amigo que morava em outra fazenda a quase oito km de distancia, arriei o burro, que por sinal era muito bom de cela, o nome do danado era senador, amoitei no senador, e La vamos nós, apreciando a bela paisagem mal observei as muitas encruzilhadas que havia no trajeto, sei que em um determinado ponto atravessamos um rio e logo em seguida entramos em uma mata, e vamos que vamos, até que em fim chegamos, depois de uma recepção calorosa, tirei o arreio do senador e o coloquei para pastar, enquanto senador pastava a gente conversava e comia biscoitos de polvilho feito no forno a lenha com café moído na hora,era só coisa caseira sem por cento caipira,veio o jantar, um belo banquete iluminado com lampião,comemos bebemos etc.,quando eu olhei para o quintal não enxerguei mais nada! Era uma noite terrivelmente escura, celular não existia para bater um fio para casa e dizer que não iria embora naquela noite, como ir se não enxergava o caminho de volta? E enquanto tinha luz eu não fiz questão de observar os mínimos detalhes? Enquanto eu coçava a cabeça procurando uma saída, o meu velho amigo disse: você tem duas opções, ou dorme aqui em casa ou confia no burro! A segunda opção me pareceu uma piada... Confiar no burro? Eu mal via o vulto do infeliz que despreocupadamente se alimenta em uma bela moita de capim,
Mais diante de tanta convicção do amigo de que o burro me levaria com segurança, desde que eu não interferisse em suas decisões! Achei aquilo bastante humilhante, porem seria uma experiência a mais, me rendi a tal desafio, arriei o senador novamente despedi do pessoal, montei e parti, o senador pegou a estrada com muita vontade de chegar em casa,quando chegava nas encruzilhada eu pensava, é agora que a vaca vai para o brejo! Mais para a minha surpresa, o burro não errou nem uma vez,quando chegamos na beira do rio que iríamos atravessar eu respirei aliviado, pois dali para frente eu conhecia, porem não me atrevi a dar palpites, deixei o animal cumprir a sua missão! E ele cumpriu muito seguro de si, só parou quando chegou à porta da minha casa. Para mim foi uma grande lição... Não devemos subestimar nem um burro.