LÁGRIMAS SOLITÁRIAS

Muito, mas muito além do show da mídia, numa casa simples de comunidade, quem pôde ver o choro de Minervina? Quem?

Minervina chora a lágrima solitária de alguém que um dia carregou no ventre o sonho que toda mãe carrega e depois embala; e depois amamenta; e depois cuida da ferida; e depois sorri; e depois tem que deixar e buscar o sustento.

Mas, Minervina chora sozinha. Sente o amargo da dor. Lembra das noites em que esperou a volta. Na incerteza da decisão que já não lhe pertencia, já que o pouco que trazia não era suficiente para o que se via, no show da vida que se descortinava todo dia em imagem e som, como espetáculo indispensável para se ser algo além.

E na busca do "ideal" foi-se num dos atalhos que a vida oferece, deixando Minervina no seu caminho, onde as coisas nem sempre chegam, conforme aquele "ideal".

Hoje Minervina chora. Sozinha, o preço alto do sonho já que o tal atalho, fechou as portas, deixando a dor no coração de mãe, que assim como outras mães, choram sozinhas, em casas simples das comunidades da vida pelas "crias" que não voltarão.

Chora Minervina.