Banco sujo

Quando chega a hora de voltar pra casa tudo pode acontecer, um corre-corre, um empurra-empurra, esbarroes e solavancos na plataforma um aglomerado gente e pessoas se misturam num odor com suor e calor desumano, tudo pra encontrar o melhor angulo e a cada cinco segundos esticar o pescoço além da linha amarela, só pra ver se o trem já esta vindo, como se fosse este ritual desnecessário o fator primordial para atraí-lo até que este chegue na estação, lugar onde milhares estão a mirar a porta do trem, que ameaça em abri-las e duzentos já embarcaram atropelando os velhinhos e amassando as gestantes praticando abortos involuntários, enquanto os sobreviventes do lado de fora ainda tentam embarcar ou “emtrenzar”, pois estamos falando de trem e não de barco, sei lá porque um lugar, aquele lá da janela e ainda voltado pra frente, diga-se de passagem o preferido dos desavisados que correm pra sentar deixando a namorada no corredor, este mesmo, estava desocupado, desta vez não seria diferente o sujeito ou individuo, seja lá o que for, correu e ainda com os dois braços abertos pra garantir que ninguém mais esperto que ele viesse sentar primeiro, sem contar a mochila tamanho extra GG de cor indefinida embolorada com mal cheiro do carnaval passado, nem quero imaginar o que ele transportava neste contêiner de lona ambulante, nestas altura da situação não se podia enxergar nem mesmo onde punha-se os pés neste mar de desnutridos sub humanos, senta com tudo achando que tinha levado vantagens sobre os demais, estava meio de lado tentando tirar a mala das costa, porque pra sentar com ela não dava, atrapalhava, só a ele esta atrapalha os demais não, os demais devem aceitar as bordoadas da sua mochila, finalmente, ufa! Conseguiu soltar as correias e ao se ajeitar no banco, ouve-se então um linguajar não apropriado para o horário, num tom de ofensa e acusando a todos, todos os presentes e ausentes, imagino que até a quinta geração fora amaldiçoado, sendo tão esperto e ágil pra conseguir um bom lugar, acreditou mesmo que o lugar estava reservado só pra ele!? Como pode todos ali sabendo e não o avisou que o banco estava sujo, praticantes da injustiça, sem espirito de coletividade, onde já se viu deixar um coitado de um bruta montes destes viesse sentar-se num banco nojento desta forma. Sim o assento deveria estar limpo, mas não estava porque antes deste, outro imundo já o usara, segue agora sua viagem sentado seu entremezado, curtindo a janela, tirou a mochila fedorenta da costa e sentou na b...

Márcio de Oliveir@

MÁRCIO DE OLIVEIRA
Enviado por MÁRCIO DE OLIVEIRA em 10/02/2012
Código do texto: T3492038