Imponência de Manter Respeito IV (Piloto)

Fica aqui encerrada de vez a estória de Neguinho – filho de Negão.
É que Neguinho é mesmo um cara, ou melhor; um cachorro indisciplinado.
Depois de escalar por inúmeras vezes o barranco nos fundos da marmoraria, para alcançar a rua, Neguinho acabou desaparecendo em definitivo. A última notícia que tivemos sua é que arrumara uma namorada no na Viúva, bairro tradicional aqui de Barão de Cocais – MG. Apesar de grande e bonito – preto com peito branco que nem o falecido pai – ele é ainda muito jovem; só tem seis meses e sem juízo nenhum. Ele acha que não nasceu pra ser acorrentado e muito menos apanhar de qualquer marmanjo que seja, já que nem mesmo Xerife, seu saudoso pai, ousou levantar-lhe a pata.
E por falar em pata, Pafúncio é que tinha razão quando disse:
Éh! Os dedos das patas não são mesmo iguais!
Como? Não tem este provérbio não? Disse não? Então deveria ter dito; parodiando nosso saudoso Odorico Paraguaçu – novela Bem Amado. Por essa e outras, é que eu não vou ficar aqui no R.L. bajulando Neguinho já que ele não ta nem aí – ou melhor: nem aqui, pra gente. Lamento profundamente a morte de Negão, que queria fazer dele seu substituto natural, mas deixou claro, nem de longe é fiel e responsável, conforme o velho. Mas também, pra quem já tem um poodle (Billy) dentro de casa, de há muito deveria sossegar e dar-se por satisfeito. O ser humano é também um animal; só que eternamente insatisfeito.
Tchau, Tchau.
Afonso Rego
Enviado por Afonso Rego em 10/02/2012
Reeditado em 12/03/2012
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