Conformada em ser rica
avulsonomundo.wordpress.com
Nunca disse nem a si mesma que era uma mulher bonita, porque não era mesmo e nem se sentia assim, mas bem mocinha ainda percebeu que compensaria o fato por ter um corpo escultural, uma inteligência acima da média, ambição de sobra e bom gosto para se vestir e se enfeitar.
Jamais passava despercebida aonde quer que chegasse. Na cidade pequena onde morava com sua numerosa família de vários irmãos e irmãs, percebeu que arrumar um bom partido para casar era o que melhor podia fazer por si mesma mas, enquanto aguardava seu passaporte para uma vida melhor, estudou na capital morando com uma velha tia, fazendo malabarismos para se sustentar e ser a mais elegante e atraente por onde passasse.
Seus esforços não foram em vão. Numa festa de peão de boiadeiro que fazia questão de frequentar para conhecer os tais bons partidos, conheceu o dos seus sonhos. Fazendeiro, herdeiro de concessionárias de automóveis, de fazendas e frigoríficos, enfim, o namorado que sempre pediu a Deus.
Mas, como nem tudo é prefeito, o dito cujo tinha fama de (e era mesmo!) mulherengo, farrista e arruaceiro. Decidida a ser rica, não deu a menor importância a esses detalhes e tratou de se empenhar para conquistar e fisgar em definitivo o “partidão”.
Casaram-se e, conforme planejara, passou a levar uma vida de rainha. Tratou de engravidar rapidinho e teve dois meninos. O marido, um pouco mais discreto que quando solteiro, continuou sua vida de farrista e mulherengo, desfilando ora com uma ora com outra pelos bares da vida.
Ela, por sua vez, continuava a elegante de sempre. Sabia das "traquinagens" do marido mas fingia não saber e se compensava da pouca atenção que ele lhe dava gastando muito, ostentando jóias e vestidos caríssimos, desfilando nas festas como uma celebridade e fazendo viagens constantes.
Quando alguns de seus parentes puxava o assunto da vida desregrada do marido ou de algo parecido, avisava o quanto antes:
-Não me conte nada que eu não quero saber, pois se eu souber de certeza, vou ter que tomar uma atitude... E eu não quero tomar nenhuma atitude.Fui clara?
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Nunca disse nem a si mesma que era uma mulher bonita, porque não era mesmo e nem se sentia assim, mas bem mocinha ainda percebeu que compensaria o fato por ter um corpo escultural, uma inteligência acima da média, ambição de sobra e bom gosto para se vestir e se enfeitar.
Jamais passava despercebida aonde quer que chegasse. Na cidade pequena onde morava com sua numerosa família de vários irmãos e irmãs, percebeu que arrumar um bom partido para casar era o que melhor podia fazer por si mesma mas, enquanto aguardava seu passaporte para uma vida melhor, estudou na capital morando com uma velha tia, fazendo malabarismos para se sustentar e ser a mais elegante e atraente por onde passasse.
Seus esforços não foram em vão. Numa festa de peão de boiadeiro que fazia questão de frequentar para conhecer os tais bons partidos, conheceu o dos seus sonhos. Fazendeiro, herdeiro de concessionárias de automóveis, de fazendas e frigoríficos, enfim, o namorado que sempre pediu a Deus.
Mas, como nem tudo é prefeito, o dito cujo tinha fama de (e era mesmo!) mulherengo, farrista e arruaceiro. Decidida a ser rica, não deu a menor importância a esses detalhes e tratou de se empenhar para conquistar e fisgar em definitivo o “partidão”.
Casaram-se e, conforme planejara, passou a levar uma vida de rainha. Tratou de engravidar rapidinho e teve dois meninos. O marido, um pouco mais discreto que quando solteiro, continuou sua vida de farrista e mulherengo, desfilando ora com uma ora com outra pelos bares da vida.
Ela, por sua vez, continuava a elegante de sempre. Sabia das "traquinagens" do marido mas fingia não saber e se compensava da pouca atenção que ele lhe dava gastando muito, ostentando jóias e vestidos caríssimos, desfilando nas festas como uma celebridade e fazendo viagens constantes.
Quando alguns de seus parentes puxava o assunto da vida desregrada do marido ou de algo parecido, avisava o quanto antes:
-Não me conte nada que eu não quero saber, pois se eu souber de certeza, vou ter que tomar uma atitude... E eu não quero tomar nenhuma atitude.Fui clara?