Os sonhos quebrados de Violeta
Olhava para o teto do quarto, iluminado apenas pela luz fraca do abajur. A cama estava macia e aconchegante como sempre e os travesseiros a confortavam enquanto pensava.
Os olhos não tinham lágrima, mas o coração trazia mágoa.
Será que toda garota passava por isso? Teriam todas elas se sentido frustradas com aquele tipo de experiência? Era como se apenas naquela noite, ela tivesse visto a mítica figura do príncipe montado no cavalo branco dizer adeus e não deixar sequer um sapo para ser transformado.
Abraçou um urso de pelúcia, carente da atenção que não tivera.
Sonhara tanto com o momento, um beijo envolvido por mágica e coração acelerado, sorrisos e pegar na mão... E recebera... aquilo. Uns amassos com um mal conhecido. Sem conversa, nem doçura. Nem gosto de beijo tivera. Beijo devia ter gosto de bem querer e aquele tivera gosto de sei lá o que.
Sentia uma falta de esperança nos seus sonhos e ao mesmo tempo, uma raiva inominável dos filmes e livros que a fizeram tecer ilusões de histórias de amor grandiosas e doces. Tudo aquilo deveria ser um farsa para enganar os corações das pessoas e fazê-las acreditar em algo que não existia. Não conseguia imaginar qual era o futuro do amor nem que novas fantasias viriam substituir as que haviam partido naquela noite.