Já era tarde, o céu estava escuro e ao que tudo indicava, não iria demorar a desabar uma tempestade.
Florência olhava pela vidraça de seu quarto os relâmpagos que pareciam partir o céu ao meio. Aflita retirava seu rosário da cabeceira da cama e começava a clamar a misericórdia de Deus. Sempre teve muito medo de chuva e nunca compreendera muito bem os reais motivos. Os estalidos a deixava tensa o suficiente para que suas mãos suassem frio. “Logo hoje”, assim pensava, “que Artur não se encontra em casa, foi viajar ontem e ficou de voltar amanhã pela manhã.” Ela lamentava seu infortúnio. Pobre mulher, sozinha em sua casa, não controlava o pânico que crescia em seu interior.
Um estalido bem forte foi o suficiente para apagar todas as luzes da casa deixando-a em meio a seus fantasmas. Tenta em vão tapar os ouvidos, se senta na cama, sente a respiração acelerada e percebe que não consegue sequer acender a vela que estava ao lado no criado mudo. Ouve silenciosa e trêmula a porta da sala se abrir, tenta em vão gritar, as pernas não lhe obedecem. Fica paralisada. Sentia que sua hora havia chegado, e um medo sombrio invadiu de vez sua alma. Escuta passos acelerados no corredor indo em direção a seu quarto. Neste instante a boca fica seca, os olhos se arregalam e quieta espera o pior. Ela vê mais relâmpagos cortarem o céu e em seguida um forte trovão a faz estremecer, a porta de seu quarto se abre, ela percebe apenas uma silhueta na escuridão. Exaurida e já quase sem ar ela desmaia e só acorda horas mais tarde, sob fortes luzes, e sem barulhos de tempestade, em um quarto de hospital, tendo ao seu lado o marido que lhe segura às mãos.
Florência olhava pela vidraça de seu quarto os relâmpagos que pareciam partir o céu ao meio. Aflita retirava seu rosário da cabeceira da cama e começava a clamar a misericórdia de Deus. Sempre teve muito medo de chuva e nunca compreendera muito bem os reais motivos. Os estalidos a deixava tensa o suficiente para que suas mãos suassem frio. “Logo hoje”, assim pensava, “que Artur não se encontra em casa, foi viajar ontem e ficou de voltar amanhã pela manhã.” Ela lamentava seu infortúnio. Pobre mulher, sozinha em sua casa, não controlava o pânico que crescia em seu interior.
Um estalido bem forte foi o suficiente para apagar todas as luzes da casa deixando-a em meio a seus fantasmas. Tenta em vão tapar os ouvidos, se senta na cama, sente a respiração acelerada e percebe que não consegue sequer acender a vela que estava ao lado no criado mudo. Ouve silenciosa e trêmula a porta da sala se abrir, tenta em vão gritar, as pernas não lhe obedecem. Fica paralisada. Sentia que sua hora havia chegado, e um medo sombrio invadiu de vez sua alma. Escuta passos acelerados no corredor indo em direção a seu quarto. Neste instante a boca fica seca, os olhos se arregalam e quieta espera o pior. Ela vê mais relâmpagos cortarem o céu e em seguida um forte trovão a faz estremecer, a porta de seu quarto se abre, ela percebe apenas uma silhueta na escuridão. Exaurida e já quase sem ar ela desmaia e só acorda horas mais tarde, sob fortes luzes, e sem barulhos de tempestade, em um quarto de hospital, tendo ao seu lado o marido que lhe segura às mãos.