JUTÂMI E  O BEIJA-FLOR
Jorge Linhaça
 
Jutâmi e o mestre observavam o vôo de um beija-flor, sua maneira especial de parar no ar para sugar o néctar das flores e a velocidade que suas aparentemente frágeis asas desenvolviam.
O mestre em dado momento disse a Jutâmi:
Os homens deviam ser como os beija-flores, usar as suas asas para sugar o néctar doce da vida.
Saber parar no ar para contemplar as flores, e ser velozes em buscar sempre mais alimento para suas almas.
Infelizmente o homem muitas vezes se esquece de voar e desfrutar a beleza, antes se deixa ficar adormecido entre as brumas do dia a dia e não contempla as flores senão em quadros pintados.
Não voa além das gaiolas construídas por si mesmo.
Jutâmi ouviu o mestre, e continuou a refletir sobre o beija-flor e a humanidade.
Será que hoje já contemplamos as flores?
já tomamos nossa dose de néctar?