ELES E A SEXTA-FEIRA TREZE
ELES E A SEXTA-FEIRA TREZE
Eles marcaram o casamento para o mês de maio, que há muitos anos, era considerado o mês das NOIVAS. Naquele tempo o casamento civil era realizado separadamente da cerimônia religiosa, e para desagrado de ambos a data do casamento civil foi marcada para 13 de maio, numa sexta-feira, às 13h00min da tarde na Travessa Treze de Maio. A cerimônia religiosa seria no dia seguinte sábado, às 18:00.
E assim na sexta-feira treze de maio, às treze horas no número treze na Travessa Treze de Maio, os noivos acompanhados das testemunhas foram chamados à mesa para celebrar a união civil. O juiz de paz leu três vezes a pergunta característica: - O Sr. Fulano de tal aceita a Srta. ... como sua esposa? O noivo parecia estar no meio das nuvens. O juiz de paz impaciente olhou para o tímido noivo e perguntou: - O Sr. Fulano de tal fala português, o noivo que já tinha descido das nuvens, pois levara uma cutucada na canela pela noiva, respondeu rapidamente e muito assustado: - Não, não, sim, sim, eu falo português e quero casar, é que estou muito afobado.
A risada foi geral. Alguns se retardaram nas gargalhadas, e nem chegaram a escutar o fim da cerimônia. No sábado eles comemoravam finalmente as bodas numa casa de número treze.
Viajando no tempo, cinquenta anos depois vamos encontrá-los comemorando as bodas de ouro, junto com os filhos, genros, noras, e netos, amigos e familiares, numa sexta-feira treze.