Ano novo
Fim de ano III
Neste fim de ano sequer vi alguém de minha família. Natal, que não comemoro, passei só com meu filho. Ano novo, sozinha. Moro perto da Avenida Paulista; pouco antes da meia-noite começa o foguetório. Viva a chegada do ano! Ano novo, velhos problemas, e alguns novos, os cães ladram, desesperados com o barulho.
Olho pela janela e assisto ao espetáculo dos fogos de artifício da Avenida Paulista; olho para o outro lado, na região central da cidade mais fogos, diferentes, daqueles que sobem inclinados, como estrela cadente e explodem lá em cima, abrindo-se nas mais variadas formas e cores. Muito barulho, muita fumaça, piorando ainda mais a poluição do ar.
O espetáculo dura uns quinze minutos. Vou fechando a janela e meu olhar é atraído por outro clarão, entre dois prédios: a lua, tímida, minguante, muito corada, como que envergonhada por sua simplicidade diante dos magníficos folguedos dos humanos.
Fico olhando para ela por alguns minutos. Ela parece esperar, pacientemente, o fim dos festejos, para continuar seu infinito passeio ao redor da Terra.
Dou-lhe um adeusinho e vou dormir, para acordar em pleno Ano Novo!