JOÃO SÓ - UM CONTO DE NATAL !
João se lembrava de seus tempos de criança na pequena cidade de Itumirim em
Minas Gerais. Lembrava dos irmãos, de seu pai sempre tão zeloso na questão dos
estudos dos filhos. Acima de tudo se lembrava de sua mãe. Lembrava-se de quando
Implorava sua presença.
- Mãe vem ficar comigo, sinto-me tão só ...
As brincadeiras de garotos , a liberdade de ser criança , poder nadar no riacho,pescar,
jogar bola, todas essas lembranças afloravam em sua mente. Os almoços de domingo,
sempre tinha frango assado com macarronada. A imagem de sua mãe, hoje já velhinha e
frágil , fora uma mulher muito bonita e dedicada à família. Os Natais em sua casa, no
aconchego da família era particularmente uma lembrança nítida. Via a árvore toda enfeitada,
os presentes ao pé da árvore, sentia até o aroma delicado dos pratos que sua mãe preparava
para a ceia daquela noite bela e mágica que tanta felicidade trazia ao seu coração infantil.
Pensava João:
- Quantos anos se passaram ?
Com essas doces lembranças João se arrumava para sair. Vivia, agora só ,na cidade grande,
trabalhando muito e estudando a noite . Era época de Natal e João precisava comprar os
presentes para o sorteio do amigo secreto.
Embalado por essas lembranças João sai de seu pequeno apartamente e vai ao Shopping
escolher os presentes. Percorreu as lojas deslumbrado com as decorações e enfeites Natalinos,
tudo tão moderno e diferente de sua infância. Compra dois presentes e sai apressado de volta
para seu apartamento. Essa noite seria o sorteio do amigo secreto.
Em seu minúsculo quarto João deposita os pacotes de presentes sobre a cama e consulta seu
relógio. Quase na hora. João está ansioso! Tenta advinhar o que vai ganhar nessa noite.
O momento tão esperado chega finalmente.
João abre a porta de seu guarda roupa, sorri feliz. Parecia o menino dos velhos tempos.
apressadamente se volta para a cama e apanha um dos pacotes e entrega com muitos
votos de um FELIZ NATAL à sua imagem refletida no espelho.Recebe da imagem o
outro pacote e deita-se com o presente aninhado em seu peito e adormece antes mesmo
de abrir o embrlho tão esperado.
João sonha...sonha...sonha.
Sonha menino.
Mais um Natal solitário terminou .