Alquimia Interior

Comecei, no dia 09/11/1990, sexta-feira, a fazer o curso vivenciado denominado “Alquimia Interior”. Começou às 20 horas e terminou às 22 horas. A facilitadora chamava-se LAMA e sua auxiliar Kássia Nirdosh, ambas de São Paulo, Capital. Ao chegar no Palácio Cruz e Sousa, no centro de Florianópolis, na sala onde tinha acontecido sempre os cursos de aperfeiçoamento espiritual e para o autoconhecimento, havia uma lâmpada acesa, ao centro, em cima de uma mesa com pedaços de cristal etc. No centro da sala foi feita uma espiral com pétalas de rosas, bem como com botões de outras flores também e no centro da espiral foi colocado uma pedra de cristal e uma ametista. Nirdosh explicando, no final da prática, a uma colega que chegava atrasada, falou que se tratava de uma espiral para colocar-se todos os nossos problemas e que os mesmos, após circundarem a espiral, tocam nas pedras e essas desfazem, acabam com os males e expulsam os nossos problemas.

Começamos o curso ficando de pé, sentindo os pés bem estirados e mexendo bem o corpo, todo ele. Após, começamos a andar para um lado e para outro, bem a vontade, para trás, para frente, de lado, até que a professora pediu para fazer uma roda, darmos as mãos e rodar primeiro para um lado, depois para outro.

A seguir, formamos duplas; cada participante fez massagem no outro com as mãos em forma de concha, nas costas; começamos em cima do ombro, batendo, cutucando, massageando, descendo, mas sempre ao lado da coluna vertebral, até em cima do quadril, depois subindo novamente até o nervo que sai do pescoço aos ombros e massageando sempre, agora em forma de garra. Cada um que andava esfregava as mãos nas pétalas de rosa da espiral.

Trocamos de parceiro(a) e o próximo exercício foi colocar os pés – um pouquinho – em cima dos quadris do companheiro(a) deitado(a) de barriga para baixo e balançar um pouquinho para os lados, para frente e para trás. Após, pegamos nos pés, puxamos um pouco as pernas, depois as dobramos lentamente em direção às nádegas; depois puxamos os braços em direção as pernas, nuca, pescoço e cabeça. Cada um que acabava esfregava as mãos nas pétalas de rosas da espiral. A seguir, relaxamos e nos estiramos no chão e trocamos energia com a terra, isto é, nos aterramos.

Feito isso, finalizamos fazendo um estudo em volta da espiral: LAMA apagou as luzes, acendeu tocos de vela dentro da espiral, acendeu um incenso de índios americanos e pediu para que entoássemos sons e eu cantei o “OM”.

Marcamos horário para o outro dia às 9 horas e LAMA pediu para sentirmos a energia que estava em nós, sem fazer nenhum tipo de análise, por enquanto, mas somente deixar acontecer o que estivéssemos sentindo.

No dia seguinte, sábado, 10/11/1990, o primeiro exercício que aconteceu foi doar amor ao cosmo, ao mundo, no sentido “norte”, “leste”, “oeste” e, finalmente, no sentido “sul”.

Quem fazia essa prática, segundo LAMA, eram os índios norte-americanos. Colocamos as pontas dos dedos das duas mãos no quarto chacra, o do coração e, no ritmo da música, oferendávamos primeiro com a mão direita e depois com a mão esquerda no sentido “norte”; depois no sentido “leste” e “oeste” e, finalmente, no sentido “sul”, voltando as mãos sempre no 4º chacra, que é o chacra do amor; a seguir, oferendávamos no sentido “norte” com a mão direita, depois no sentido “oeste”, depois no sentido “sul” e por último no sentido “leste”; Também girávamos, quem queria, com as palmas das mãos estendidas.

Enquanto fazia este exercício, parei duas vezes, senti arrepio no corpo inteiro e vontade de chorar. À tarde, quando a facilitadora LAMA estava reunida conosco, eu disse isso a ela e LAMA respondeu dizendo que era compaixão. Concordei com LAMA pois, segundo meu entendimento, senti dó de nós mesmos, humanos, em razão de possuirmos um entendimento da vida ainda tão pequeno, tão egoísta, tão competitivo, tão maldoso etc, sentimentos baixos que às vezes despertam ainda outros sentimentos piores, mesmo sabendo-se que o universo é tão grande e tão perfeito, tão divino, infinito e maravilhoso e que nós, sendo parte dele e testemunhando tamanha grandeza, deveríamos sermos humildes, respeitosos e “FELIZES”. Ainda no período da tarde, estávamos sentados numa roda e todos contaram o que sentiram. Após o relato de cada participante, formamos duplas e cada um fez massagem nos pés do outro e, segundo LAMA, este exercício, esta prática, serviria para encaminhar para a terra a energia que havíamos manifestado pela parte da manhã. Foi muito agradável e especial sentir a massagem, nos pés, feita por um irmão companheiro de vivência.

Ainda no sábado, fizemos um trabalho de criação com argila. Conforme LAMA lia, fazíamos trabalho de invenção com a terra. Fiz dois pés, um masculino e outro feminino, para relacionar duas energias diferentes que podem viver, interligarem-se: seria o pólo positivo e o polo negativo. Fiz também uma vela, que seria relacionada com a meditação, assim também uma esfera oca, vazia, para lembrar que em uma meditação não se pensa, se vive o momento presente, a imensidão do vazio, do infinito, do universo. Fiz uma bola redonda que seria a lua e um violão que serviria para lembrar da inspiração, do canto, da poesia e da descontração que as artes em geral geram; um espermatozóide que lembraria o amor e um livro que simbolizaria a tranqüilidade, o relaxamento, a sabedoria e a cultura.

E, assim, terminamos a prática do sábado. À noite, eu estava “voando” e não queria saber de mais nada a não ser relaxar. E assim foi feito.

No domingo, 11/11/1990, começamos o curso vivenciado às 8 horas e terminamos às 13 horas.

Sentamos numa roda e após algumas trocas de idéias e esclarecimentos, formamos uma roda e começamos a fazer práticas corporais.

Soltamos nosso corpo, a cabeça foi até o chão; depois, devagar, fomos nos erguendo, suspendemos os braços, primeiro um e depois o outro e, em seguida, os dois juntos. Após, mexemos o pescoço devagar, em círculos, para a esquerda, depois para a direita. Depois, pescoço reto mexendo para a direita e para a esquerda. A seguir, baixamos a cabeça para a frente e devagarinho, fomos nos curvando também para a frente. Doía muito os músculos das costas e era para doer mesmo. Fizemos mais duas vezes.

Formamos duplas e um massageou o outro. Um sentava e o outro dava tapinhas em suas costas, batia ao lado da coluna desde o pescoço até embaixo. Após, as pessoas que estavam em pé empurravam as costas de quem estava sentado até este persistir e depois fazia para conversar em seu colo onde acariciávamos a cabeça: rosto, lábios, bochechas, couro cabeludo etc...

O próximo exercício foi constituído de três partes com música. Foi uma meditação do Osho. Nos primeiros quinze minutos fechamos os olhos, inspirávamos até nosso limite e depois expirávamos e agüentávamos também até nosso limite ao ritmo da música, quando esta mudou; então, abaixamos nossos olhos e paralisamos os olhos em uma das velas que estavam acesas no centro da sala. Depois de quinze minutos parou a música e então levantamos e dançamos ao “som” da melodia.

Depois, nos sentamos em roda e a facilitadora LAMA deu-me a palavra e eu convidei o pessoal para torcer por mim no Festival Municipal da Canção de São José–SC, já que uma de minhas músicas – “FONTE DE LUZ” – havia sido classificada entre as 30 músicas para serem apresentadas nos dias 23 e 25/11/1990. Agradeci a todos e mais uma vez foi um excelente final de semana. Comprei perfumes e florais para perfumar a casa, bem como óleos para colocar numa roda de metal com a finalidade de perfumar os ambientes.

Antes de acabar a vivência, a facilitadora LAMA doou-me uma pedra preta – relacionada ao 1º chacra, chacra este relacionado às energias dos bens materiais – e que, segundo ela, auxiliaria-me para eu enfrentar o dia-a-dia no trabalho. Deu-me uma pedra verde que, também segundo ela, seria relacionada com o 4º chacra, o chacra do coração, do amor. Pedi mais uma pedra verde para presentear à Neusa, minha esposa na época e mãe dos nossos três filhos Henrique, Humberto e Emmanuel e LAMA presenteou-nos com mais uma pedra que seria de “cristal de rocha branca”, para conectarmo-nos com o cosmo, com o divino.