Romance Anos 80
O broto está de olho em mim.
Eu também estou de olho nele.
Por timidez, ele não vem até aqui,
E eu não vou lá, por mais bonito que ele ‘seje’.
Ele me olha e eu também olho ele.
Ele me encara e manda um beijo no final.
Eu me envergonho e saio de fininho do baile
Ele se aproxima e diz que eu sou especial.
- Ôh broto o que você quer comigo?
- Gatinha, eu quero te namorar!
- Você precisa ir pedir pro meu pai,
E ele ainda tem que te autorizar!
- Princesa, isso não é problema!
Eu vou dizer que sou um moço de família,
Que sou um rapaz muito trabalhador,
E tenho boas intenções com sua filha.
- Vá pensando que é fácil assim...
O papai é um sujeito valentão!
Sempre foi muito ciumento comigo.
Duvido que ele vá nos dar permissão.
- Meu xuxuzinho eu não me importo com isto!
Qualquer coisa a gente foge em minha lambreta.
Eu só quero é ser feliz contigo,
Nem que pra isso eu tenha que ir pra outro planeta.
- Garoto, como você é insistente!
Já que é assim, eu vou te dar uma chance,
Até por que eu gostei muito de você
E dos elogios que fizeste a todo instante.
- Então benzinho, onde é sua casa?
Eu vou falar com meu ‘sogrão’ agora;
Mostrar pra todos o nosso romance
E iniciar de vez a nossa história.
- Olá senhor, como vão as coisas?
- Quem é você, e o que faz aqui?
- Meu nome é Júnior e eu só vim dizer
Que me apaixonei por sua filha quando a vi.
- Moleque, saia já da minha casa!
Eu conheço os garotos do seu tipo!
Vocês seduzem as mocinhas como a Ana
E depois as abandona com um filho.
-Com todo respeito senhor, eu não sou desta espécie!
Eu sei que ela é uma moça de família.
Eu tenho boas intenções para com ela.
Jamais desrespeitaria sua filha.
- Sou filho do véi Afonço e Juvenita,
E fui criado como um bom trabalhador.
Sou boa gente, muito honesto e responsável;
Não é à toa que vim falar com o senhor!
- Papai, o senhor não vai impedir
O sentimento que existe entre a gente.
Já sou adulta e já sei cuidar de mim,
Então, aceite que eu já sou independente!
- Está bem, vocês me convenceram...
Tudo bem, vocês podem namorar,
Mas cuidado pra não vacilar, rapaz!
Por que senão você vai ter que me encarar!
Depois de um tempo, Júnior e Ana se casaram,
E o Júnior deu muita alegria ao ‘sogrão’.
Provou ser tudo que ele havia falo
E hoje vivem felizes, em perfeita união ...