A JANELA
Era o dia do meu aniversário, quando minha grande amiga chegou em minha casa e pediu que eu abrisse a janela pra entrar ar. Naquele momento percebi que eu não só tinha fechado a janela de casa, como também a janela de minha alma, há muito tempo.
Notei, então que precisava desapegar do passado. Um passado que muitas vezes me fez chorar outras vezes me fez sorrir. E isto não seria uma atitude fácil, pois o passado insistia em voltar à mente e ao pensamento todas as vezes que olhava para o espelho, não reconhecendo a figura que via. Muitas linhas de expressão, muita tristeza no olhar, a falta de um sorriso, a pele ressecada pelo tempo e pelo sol castigante, pelas horas passadas olhando o horizonte em busca de respostas para uma vida cheia de interrogações. Interrogações para as quais eu nunca encontrava resposta.
Decidi então começar a transformar, tantos os momentos ruins, quanto os bons, que havia vivido, em poesia. Passar para o papel as emoções que estavam presas em meu coração, há anos. Emoções que eu havia sufocado por tanto tempo. Isso fez com que meu fardo ficasse mais leve e eu pudesse viver mais intensamente os momentos presentes, pensando no futuro.