ESTRADA TORTURANTE- PARTE 1
Estrada longa, cheia de vastas matas e canaviais. Esse era o caminho percorrido por uma tenra criança, loirinha, corpo de menina e mente pura; chamada Ana. Seguia o caminho com Josué, que era o marido de sua tia e morava em uma fazenda de engenho muito distante da pequena cidade de onde residia a pequena menina. Fama de bom moço, marido trabalhador e pai exemplar; tudo isso, fizera-o ganhar a confiança do seu sogro, João, e sua esposa que cegamente acreditavam na palavra e no caráter do moço. Esses eram os pais (pois criaram) e ao mesmo tempo avós (biológicos) da pequena garotinha, tão amada pelos pais, que não a deixava sair com nenhum estranho ou mesmo se conhecesse um pouco, o cuidado e zelo era grande com sua filha.
Mas o moço, tão sagaz ia sempre aos domingos à casa da pacata família, sempre quando ia fazer suas compras na pequena cidade, usava seus apelos sentimentais em torno da sua filha (prima de Ana), dizia-lhes:
- Deixe-me levar Ana, a prima dela pediu que falasse com o senhor para que ela passe uns dias na minha casa brincando juntas. Minha esposa, ou seja, sua filha, falou que o senhor não se preocupe, pois sua menina será bem cuidado. Deixe-me levá-la, a prima ficou aos pulos ao saber da sua vinda, para brincarem juntas. A probrezinha vive sozinha, não tem com quem brincar.
Mas o sogro relutava e dizia-lhe:
- Não! Passamos muito tempo longe da nossa menina.
Mas o moço insistente, continuava a lançar seus apelos, e João e sua esposa, mesmo de corações partidos cediam. Na despedida, beijavam a filha, abençoavam-na e até choravam. Pareciam mesmo sem conhecimento que algo poderia acontecer.