Zé e o Problema
Zé: (entra e senta no banco) Oi Rualdo. Como vai companheiro?
Rualdo: Vou bem Zé. E ocê?
Zé: Ah, tô bem não companheiro.
Rualdo: (preocupado) Que tá havendo homem? Ocê não tá bem!
Zé: E não tô não Rualdo.
Rualdo: Ora! Desembucha homem!
Zé: É a minha sogra.
Rualdo: (assustado) A sogra morreu?
Zé: Não companheiro. Pior que isso.
Rualdo: O que deve ser pior que gente morrendo?
Zé: É a sogra querer morar na sua casa.
Rualdo: Ah... Chato né?
Zé: Pois é companheiro.
Rualdo: Ah, se ela tá bem ficará poucos dias.
Zé: Vai não. A sogra quer ficar mais.
Rualdo: Uns dois dias?
Zé: Não.
Rualdo: Três?
Zé: Não.
Rualdo: Uma semana?
Zé: Também não.
Rualdo: (nervoso) Ora! Vai ficar quanto então?
Zé: Quando a Ritinha quiser Rualdo. Ou seja, a vida toda. Tô perdido amigo... (começa a chorar)
Rualdo: Ô Zé, chora não companheiro. Ocê tira de letra. Mata no peito e faz golaço.
Zé: Vou não companheiro. Minha vida acabou. O Zé aqui tá mortinho, mortinho.
Rualdo: Diga besteira não homem! Que coisa!
Zé: É porque não tá no meu lugar.
Rualdo: Zé. Eu moro na casa da minha sogra, esqueceu?
Zé: Esqueci não. Não é por causa da sogra que tô triste não.
Rualdo: (surpreso) Não?
Zé: Não. A sogra é menor de meus problemas.
Rualdo: Então, pra quê chororô?
Zé: É sexo companheiro.
Rualdo: O que sexo tem haver com sogra na sua casa... (pausa. Vem besteira na cabeça) Zé, Zé. Ocê transou com a sogra?
Zé: (inconformado) Cruz credo! Transei com sogra não!(apesar dela dá um excelente caldo) Mas, cruzes! Sai pra lá demo! Transei com sogra não.
Rualdo: (confuso, coça cabeça) Hi, Zé... Me deixou confuso. Se ocê não transou com sogra e se a sogra não transou com ocê... Hi, Zé tu pegou sua sogra na cama com alguém na sua casa?
Zé: (nervoso) Ora! Pare de arrumar asneiras nessa cabeça burra Rualdo! Não peguei sogra na cama em casa não. Ô cabeça suja!
Rualdo: (nervoso também) Aff! Que coisa. (Pausa. Lembrou-se da esposa do amigo) Se não é a sogra... Ah não... (começa a chorar, abraçar e apertar o companheiro que não consegue entender.)
Zé: (sem entender) Que foi? Por que chororô agora?
Rualdo: (chorando) Oh, Zé meu amiguinho, meu companheiro. Eu te entendo. Nunca passei por isso, mas te entendo companheiro.
Zé: (ainda sem entender) Entende o quê? Que se tá pensando?
Rualdo: Ora Zé! Ocê virou corno. Pegou sua mulher na cama com outro.
Zé: (inconformado) Ora, não seja burro homem! Quando disse sexo é que dormirei no sofá e a sogra na minha cama com a Ritinha. Sem sexo. Tô ferrado!