Querer ser lida...
Eu quero ser lida. Sem cerimônia, sem falsa modéstia. Quem escreve, quer ser lido, seja por necessidade, seja por exibição, seja por vaidade ou ambição. Sempre se escreve para alguém, mesmo que esse alguém seja você mesmo, sua consciência. Há pessoas que precisam escrever, porque somente depois de escrito é que conseguem enxergar suas vidas. Eu não sei porquê escrevo, apenas sei que preciso, necessito...sinto-me mais leve. Então penso: Será o escritor um egoísta? Alguém que coloca para fora os seus medos, suas angústias e problemas e, depois...quem leu é que fica impressionado, emocionado e, quem sabe, até mesmo preocupado? Mas, e aqueles escritores que somente escrevem coisas boas? Palavras felizes, versos de incentivo, juras de amor e amizade...e estes, o que são? Não sei. Gosto deles, gosto de ler o que escrevem, são para mim, mil vezes melhores que qualquer terapia. Ler um poema é muito melhor do que ler uma regra de felicidade. O poema vem da alma, do coração e a regra vem da mente, da razão. Poetas, como eu os admiro! Não são todas as pessoas que conseguem expressar, às vezes, em poucas palavras, lindas emoções. Mas, tenho uma maior predileção pelos escritores críticos e realistas que condenam uma sociedade, publicando os seus podres, suas contradições, suas crueldades. Se um dia eu crescer, quero ser igual a vocês. Corajosos, destemidos, brilhantes. Não consigo imaginar o mundo sem estes homens e sem aquelas mulheres desafiadoras, defendendo-se do mundo com uma pena na mão. Se para os homens escritores expressar sua opinião já era uma luta, o que dizer dessas mulheres que sozinhas quebraram preconceitos, fizeram-se ouvir, ler...sentir? Heroínas de um mundo que volta-se contra qualquer manifestação cultural mais forte, mais plena e que realmente, valha à pena.