A mesinha
Era um sonâmbulo. De dia um respeitado fiscal de trânsito, de noite um sonâmbulo. A mulher que sofria: vivia apitando na cama e fazendo sinal com os braços.
Mas isso era o de menos. Era um desses raros casos de sonâmbulismo no qual a pessoa consegue não só andar por aí, mas também conversar com as outras pessoas - uma conversa á la Zé Buscapé.
Um dia, fazendo o trajeto normal pela casa, esbarrou numa mesinha, colocada ali recentemente (e intencionalmente) pela sua mulher. Acordou desorientado. A mulher, cansada de ser fiscal de trânsito de sonâmbulo, ria-se em segredo.