DOCE LEMBRANÇAS
Hoje vendo a chuva cair, lembrei-me das molequices que fazíamos quando crianças. Minhas amigas e eu eramos seis: Laura, Luciene, Zefinha, Dôra e Sandra. Os pingos surgiam fraquinhos, logo a rua estava inundada, casas com calhas, biqueiras, boca de canos e lá estávamos a correr na chuva, tão fria que chegávamos a ficar com os dedos roxos, lábios a tremer, vendo a hora causar uma hipotermia, quão fria era a chuva misturada a trovões e relâmpagos atordoantes que abalavam o chão, mas nem por isso, nos rendíamos, tão grande era nossa emoção, pulávamos,chutávamos a água e corríamos feito malucas, enquanto a chuva tivesse a cair, estávamos lá, rua abaixo a correr, as mães nos chamavam:
- Meninas venha para casa! Vão adoecer,
Mas não dávamos atenção, nem nos rendíamos aos castigos prometidos e, assim, corríamos como pirilampos, saltitantes, felizes e com o ego cheio de amor, agradecidas a Deus por nos proporcionar momentos de descontração.
Quando a chuva cessava já anoitecendo, íamos para casa, tomávamos um bom banho, um café quente com pão, depois um coberto para nos aquecer, e assim, vivíamos sempre na expectativa de mais um dia de chuva, para novamente sermos felizes e recomeçar tudo de novo.