Doce Vingança
Essa é uma de tantas histórias que aconteceram comigo. Já fui enganado muitas vezes, levei porrada na cara e até me jogaram numa lata de lixo. Mal sabia eu que ainda não tinha passado pela pior das pilantragens que alguém pode te submeter.
Tudo começou quando recebi o convite de um amigo para participar de um churrasco no pátio com muito samba e pagode. Já estava até ensaiando uns passos da dança e fui até a casa dele no maior gingado.
Foi então que tive uma desagradável surpresa. A casa estava sem porta e com uma das paredes ainda por rebocar. Sem falar da areia e brita espalhadas pelo chão e vários sacos vazios de cimento.
- O que significa isso!!! Cadê a mulherada? E o pagode? O churrasco? A cerveja?
- Me desculpa, cara. Mas o pedreiro precisava de um ajudante pra terminar a minha parede e laje e instalar uma porta nova pra frente de casa e como tu adora uma festinha, resolvi te convidar pra ajudar na reforma. Tu é um amigão!!!
- Ta de sacanagem, não é? Vou me mandar!!!
Já estava pronto pra ir embora quando o tal pedreiro apareceu. O cara era um grandalhão de dois metros de altura e intimidava qualquer um com sua força. Vi que tinha me metido numa enrascada daquelas. Quem precisava de inimigos com esse safado do meu lado.
- Hoje chega mais material pra obra e gostaria que isso estivesse pronto em sete dias. Não posso ficar porque as garotas me esperam na praia. Tchau!!!
Fiquei furioso pela sem-vergonhice dele, mas não tinha escolha. Teria que ajudar nessa maldita obra de qualquer maneira .
Os materiais vieram e quase caí pra trás. Eram cinco caminhões de cimento, quatro de brita, três de areia, dois de argamassa e dois de tijolos.
Por deus, como eu trabalhava!!!! Fazia massa, enchia o carrinho de mão pra transportá-la para o pedreiro e ainda tinha que pegar todos os tijolos do caminhão, ajudar no reboco e chapiscar o muro.
E o pedreiro gritava: - Massa mole!!!
- Seis de areia, dois de argamassa e um de cimento!!!
- Vamos lá, vagabundo, essa obra tem que ficar pronta!!!
Ou ainda pior:
- Vamos ir até o anoitecer com isso.
Pra piorar minha situação, levei uma surra da minha namorada. Sendo mais exato um bico na canela, dois socos no estômago e três cruzados no rosto. Apenas porque a deixei esperando em casa.
- Safado!!! Filho da puta!!! Tu tava com alguma vagabunda, não é?
- Me deixe explicar, amor. Estava trabalhando em uma reforma.
- Cala a boca!!! Está tudo acabado entre nós, seu galinha desgraçado!!!
Nem tive tempo pra falar. Ela foi embora. Aquele amigo da onça iria me pagar por tudo que aconteceu comigo.
No dia seguinte, acordei cedo e fui trabalhar como um possesso naquela obra. Foi assim durante os sete dias. Até o pedreiro ficou surpreso com minha súbita dedicação ao trabalho.
O sacana então chegou todo sorridente em sua casa totalmente pronta. E ainda estava acompanhado com uma morena de tirar o fôlego!!! Aquilo era demais!!!
- Valeu, cara!!! Agora só falta reformar meu quarto e a churrasqueira.
- Aqui esta tua reforma!!! Pode começar!!!
Joguei toda a massa restante em cima dele e ainda cuspi em sua cara. E só pra humilhar, chutei-o bem no meio das pernas. O pedreiro caiu na risada.
E saí dali satisfeito por minha doce vingança.