A Pequena Corajosa - Baseado em factos bem reais... -

Nas minhas viagens conheci e conheço muita gente, acabo por lidar com imensa gente, e mesmo que não fale com essas pessoas por vezes há pessoas que nos marcam que entram dentro de nós para não mais saírem de nós, porque a sua marca, mesmo que breve, foi de tal ordem intensa que nos acompanharão até ao fim, isto passa por ser um lugar-comum, uma frase feita, mas no meu caso posso assegurar que é mesmo verdade…

E uma dessas pessoas que ficou, ficou de a ver apenas, há muitos anos, mas ela ficou, a imagem ficou invulnerável ao tempo…

Estava numa espécie de acampamento onde se juntam pessoas de quase todas as nações do planeta e também pessoas de todas as sensibilidades e pontos de vista, pessoas diferentes entre si, imensamente diferentes, mas que naquele acampamento não faziam de forma temporária o sonhado por alguns estado unido da Europa, ma sim um estado unido do mundo…

Essa pessoa era uma menina que estaria na casa dos trinta anos estava com os pais e era imensamente feliz.

Essa rapariga era mongolóide, via-se que sabia disso, via-se que sabia das suas limitações, mas era feliz, imensamente feliz, e tinha o mais belo sorriso que jamais vi numa mulher, apesar de ter visto imensos sorrisos em imensas mulheres bonitas, mas aquela rapariga diferente de tudo e de todos pela sua atitude fazia com que o seu sorriso fosse o mais belo de todos os sorrisos.

Contagiado por esse sorriso mentalmente chamei-lhe “Pequena Corajosa” e senti-me profundamente honrado por a ter conhecido nem que fosse apenas de vista.

Era pois a mulher mais bela, mais luminosa que conheci e que conhecerei por imensos anos que viva, pois o seu exemplo de determinação perante dificuldades que a transcendiam serviu-me de exemplo, e deveria servir de exemplo para todos nós, que caímos por coisas mais pequenas, quando deveríamos seguir o exemplo daquele ser luminoso que se recusava a desistir, que nunca iria parar de lutar, sendo por isso merecedora do nome que lhe dei, a Pequena Corajosa…