"ESSE CARA É UM GALINHA" (continuação- quinta parte)
“ESSE CARA É UM GALINHA” ( continuação – quinta parte)
As investidas de Artur, continuaram, para desespero de Nivalda; esperava-a, sempre à saída da Faculdade. Insistia em conhecer a filha, dizia querer reconhecê-la e dar seu nome.
Para convencê-la, chegava a chorar, e dizia que o seu maior sonho, era ser pai, ter um filho ou uma filha, a quem pudesse amar e a se dedicar com muito carinho, coisa que ele nunca tivera, com seus pais...
Reafirmava, sempre, o seu arrependimento, alegando que estava regenerado e que só se dera conta, quando soube que era pai... Falava em casamento, argumentando que o melhor para uma criança, seria ter seus pais, juntos, acompanhando o seu desenvolvimento.
Até, então, Nivalda mantinha-se firme no propósito de não escutá-lo; Nesses momentos, ficava nervoso e usava de chantagem emocional, dizendo que estava a ponto de cometer suicídio...
Em casa, para não preocupar seu tio, desabafava com Dona Jovita; e, na Escola, com a Terezinha. Estava atônita, não sabia o que fazer...
Dona Jovita, a bondosa senhora que cuidava da casa e de todos, com muito carinho, quando era solicitada a dar a sua opinião, achava que a Nivalda devia perdoá-lo, concordando com o Artur, que seria melhor para a criança:
- Você, Nivalda, já imaginou quando a Terezinha crescer,vai para a escola e todos ficarão sabendo que é filha de pai desconhecido? Vai ser motivo de vergonha e constrangimento, muito
grande, para Ela... Mas, não quero influenciá-la, você é que o conhece bem, deve fazer o que o seu coração manda...
A conversa, com dona Jovita, deixou-a sem chão. Na faculdade, desabafou, com a Terezinha, a conversa que tivera com dona Jovita; a amiga e comadre, sempre tão sensata, procurou acalmá-la:
- Calma, minha amiga... Estou aqui pensando... Você tem mais do que razão para não confiar no Artur... Então, que tal contratarmos um detetive para conhecermos a sua vida pregressa?...
- Foi, exatamente, o que pensei, também, mas...para isso, tenho que consultar meu tio e contar-lhe tudo o que está se passando...
- Faça isso, depois me conte...
Chegando à casa, Tio José descansava na varanda, na sua cadeira preferida, onde costumava tirar uma soneca, depois do almoço...
Nivalda esperou que o tio levantasse, chegou-se a ele, pediu-lhe a benção e perguntou se ele poderia escutá-la...
- Claro, filha, pode falar...
- É sobre o Artur, ele... -antes que ela começasse a falar, ele a interrompeu:
- Não precisa, filha; já sei de tudo o que esse cafajeste está aprontando... Há tempo, vinha percebendo que havia algo que a estava incomodando,deixando-a insone e quase sem comer... insisti com a dona Jovita e ela me falou sobre a pressão exercida por ele, fazendo chantagem emocional...
- É verdade, tio... E isso, me deixou insegura, cheguei quase a ceder...
- Não faça isso, fique tranqüila, já mandei investigar a vida pregressa do Artur e em breve teremos notícias...
- Obrigada, tio! O que seria de mim e da minha filha se não fosse o senhor?... Efusivamente, deu-lhe um beijo na face e um abraço bem demorado...
Fico por aqui: prometo terminar esta estória, no próximo capítulo. Ficaremos sabendo da vida pregressa do Artur e da trama urdida por ele... Até breve. Boa noite!
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