Talvez eu ainda o ame...

E quando digo que não o amo estou sendo hipócrita, porque em minha veias corre um imenso desejo por ti. As pulsações do meu coração aumentam quando ouço tua vós. Só de pensar em ti me vem aquele velho sorriso bobo. É doloroso ter de fingir que você é apenas um cara, porque simplesmente você não é qualquer um. Você foi o escolhido. Foi a você que entreguei meu coração. Você é de certa forma uma parte minha. Não a melhor parte. Um dia você foi. Hoje é uma parte que devo tentar esquecer. Mais como posso esquecer? Seria possível apagar de mim nossas memórias? Nossos beijos? Nossos carinhos? Nossas juras? Seria possível apagar da mente as lembranças lindas que você deixou? Seria possível simplesmente lhe arrancar da minha cabeça quando o que quero é juntar todos os pedaços de nós que ficaram estraçalhados no chão?

Parece muito fácil dizermos que esquecemos com um sorriso, quando na verdade estamos chorando por dentro. Gritando desesperadamente de dor. Talvez seja isso que me dói... Ter de fingir. Não quero fingir. Não quero. Então vem a pergunta “porque fingir”? ... Talvez porque não queira me mostrar fraca. Frágil. Mas me dói tanto guardar isso aqui dentro do peito. É um espaço tão pequeno pra guardar tanta coisa, quero simplesmente jogar esse sentimento na primeira lixeira que encontrar. Na verdade eu queria um eu e você novamente. Queria recomeçar, mas sou consciente que não existe mais essa opção. Sendo assim só resta uma escolha: jogar tudo numa lixeira e recomeçar do zero. Não joguei nossas coisas necessariamente numa lixeira, eu as deixei em um lugar seguro. Guardei nossas lembranças materiais com alguém que cuida delas. Enquanto as lembranças da minha mente? Bom, essas ainda não foram totalmente apagadas. É que essas coisas levam tempo mesmo. É que eu ainda me agarro um pouquinho a essas lembranças. De certa forma nem todas as lembranças poderão ser apagas, porque ainda existe em algum lugar do passado eu e você. Juntos. Apaixonados. Felizes. Eles nunca morrerão. Mas existe o ‘’eu e você’’ de agora, esses já não caminham mais juntos. Esses estão seguindo cada qual o seu caminho. Apaixonados? Sim, por outras coisas. Felizes? Ainda sim, mas eles tem outras fontes de felicidade. Ele com o coração dele e eu? Eu tenho o meu. Ainda estou colando os pedaços dele. Mas tenho um coração que pulsa calmo, contente. ''Tenho um coração meio doente. Mas isso é apenas mais um detalhe''.

Débora Woolf
Enviado por Débora Woolf em 27/09/2011
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