Na noite passada, revirando livros na minha estante reencontrei um livro de Gérard de Nerval. Aprecio ler contos franceses no original e permaneci folheando os contos de monsieur de Nerval. Resumo um deles.
Era uma vez quatro exilados: um turco, um árabe, um iraniano e um grego. Uma operação da OTAN os reunira todos numa encruzilhada da Líbia.
Para celebrar o acontecimento decidiram fazer juntos uma refeição festiva. Para isso, constituíram um arremedo de fundo monetário internacional, onde, um após outro, depositaram algumas moedas.
Mas que iriam comprar com o dinheiro?
Uzum, disse o turco.
Ineb, disse o árabe.
Inghür, disse o iraniano.
Staphilion, disse o grego
Cada um havia manifestado a sua escolha num tom que parecia excluir qual possibilidade de consenso. Surgiu então, num arremedo de tratativas de paz entre judeus e palestinos, uma discussão cada vez mais violenta. E teria havido ali mesmo um conflito internacional, arremedo desses que a ONU promove sem querer, após ouvir o Conselho de Segurança, se um monge copta poliglota não se tivesse metido entre eles para revelar o non-sense absurdo de uma briga. Com palavras diferentes os quatro queriam a mesma coisa: uvas!
Quantas discussões, na verdade, não nascem de um simples mal entendido!
Buscamos o mesmo fim, pretendemos usar os mesmos meios. No entanto, empregamos termos diferentes, expressões diversas. E quando ninguém mais se entende, todos se acusam mutuamente das piores manobras. Acentuam-se s divergências. Palavras pesadas agravam as antipatias. E todos se separam, se afastam, se entocam, desviam-se tomando outras veredas, por meses e até anos, sem desconfiar que, no início, eram todos da mesma opinião. E que teria bastado um pouco de calma, para acertarem os ponteiros e permanecerem amigos.
Vamos, a partir de hoje, tomar uma firme decisão?
Antes de perder a cabeça, antes de sair galopando aos quatro ventos como um espadachim de capa e espada, peçamos precisões, definições, explicações. Ouçamos com paciência e façamos um esforço para compreender.
Em 90% das vezes economizaremos nossa cólera, estúpida e desastrosa.
Era uma vez quatro exilados: um turco, um árabe, um iraniano e um grego. Uma operação da OTAN os reunira todos numa encruzilhada da Líbia.
Para celebrar o acontecimento decidiram fazer juntos uma refeição festiva. Para isso, constituíram um arremedo de fundo monetário internacional, onde, um após outro, depositaram algumas moedas.
Mas que iriam comprar com o dinheiro?
Uzum, disse o turco.
Ineb, disse o árabe.
Inghür, disse o iraniano.
Staphilion, disse o grego
Cada um havia manifestado a sua escolha num tom que parecia excluir qual possibilidade de consenso. Surgiu então, num arremedo de tratativas de paz entre judeus e palestinos, uma discussão cada vez mais violenta. E teria havido ali mesmo um conflito internacional, arremedo desses que a ONU promove sem querer, após ouvir o Conselho de Segurança, se um monge copta poliglota não se tivesse metido entre eles para revelar o non-sense absurdo de uma briga. Com palavras diferentes os quatro queriam a mesma coisa: uvas!
Quantas discussões, na verdade, não nascem de um simples mal entendido!
Buscamos o mesmo fim, pretendemos usar os mesmos meios. No entanto, empregamos termos diferentes, expressões diversas. E quando ninguém mais se entende, todos se acusam mutuamente das piores manobras. Acentuam-se s divergências. Palavras pesadas agravam as antipatias. E todos se separam, se afastam, se entocam, desviam-se tomando outras veredas, por meses e até anos, sem desconfiar que, no início, eram todos da mesma opinião. E que teria bastado um pouco de calma, para acertarem os ponteiros e permanecerem amigos.
Vamos, a partir de hoje, tomar uma firme decisão?
Antes de perder a cabeça, antes de sair galopando aos quatro ventos como um espadachim de capa e espada, peçamos precisões, definições, explicações. Ouçamos com paciência e façamos um esforço para compreender.
Em 90% das vezes economizaremos nossa cólera, estúpida e desastrosa.